segunda-feira, 7 de julho de 2008

DESENCANTO...POR ENQUANTO!


Quase como uma devoção, muitas vezes saio de casa, especialmente de manhã, para escrever. Preciso de ar. De respirar. E de inspiração. Mudar de ambiente ajuda. Faz-me falta movimento, mesmo sem entrar nele. É-me útil a distância, nem que seja a que separa a mesa do café das pessoas que passam, das que julgam que estão a fazer alguma coisa de útil a este País. Das que se sentem importantes por isso.
Lá passam também raparigas. Agora na moda está andarem com as barriguitas à mostra. E as costas deixam ver as uniões superiores das bochechas do rabo. Como mudam os tempos! Ainda me lembro da época em que a rapaziada se deliciava a ver as curvas das pernas das mulheres que subiam as escadinhas de Santa Justa. Era uma delícia! Aí a imaginação funcionava. Dava-se largas ao trabalhoso exercício de desnudar em pensamento as fêmeas que mais agradavam e que davam a espreitar de passagem as curvas das pernas.
Hoje, o desde ter-se à disposição dos olhos o que antes os decotes discretos não deixavam sequer perceber, os avantajados seios que, ainda para ajudar mais a provocação, os elementos femininos puxam para cima, para dar a sensação de que se encontram em boa forma de sustentação, desde isso até as saias pouco taparem em cima e em baixo, tudo é considerado natural. E pouco faltando para descobrir em plena rua o que ainda se encontra oculto, o resultado é que a curiosidade de saber como será vai-se diluindo. E aquele exercício que alguns podiam fazer de espreitar pelo buraco da fechadura, até isso hoje já não tem razão de ser, pois aquelas chaves que, de grandes, mal cabiam nos bolsos, hoje também elas são reduzidas. Tudo diminuiu!

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