Pedras da minha calçada
que as piso todos os dias
elas são a minha estrada
mas fazem-me judiarias
Com os seus baixos e altos
nesta castiça Lisboa
temos de andar aos saltos
pois uma ou outra atraiçoa
Com essa mania atroz
da calçada à portuguesa
impõe-nos a todos nós
perder noção de beleza
E vistas pois bem as coisas
em época de magras vacas
se se usassem mais as lousas
bem se poupavam patacas
Neste País de esperanças
pois sempre tem sido assim
aguarda-se por mudanças
para as pedras terem fim
Ver de cócoras rapazes
a partir pedras na mão
uma a uma que nem ases
provoca grande aflição
Em covas lá vão metendo
nas ruas da capital
com pedra a pedra enchendo
sob as vistas do fiscal
Que na Baixa pombalina
haja calçada bonita
pode até ser coisa fina
e agradar quem nos visita
Mas pedras pela cidade
em ruas de lés-a-lés
tenham santa caridade
e lembrem-se dos nossos pés
Quando uma pedra se solta
e outra ainda além
tanto buraco revolta
não nos digam que está bem
Tenham pois pena de nós
poupem verba ao País
autarcas, oh todos vós
cortem mal pela raiz
Se estamos bem na Europa
não sendo mundo terceiro
é bom ver como se poupa
usando bem o dinheiro
Sem ter de pôr mais na carta
aqui deixo este recado
de pedras está já farta
esta capital do fado
Por um bairro pois comecem
a tirar o empedrado
e se chove não tropecem
na lama do chão cavado
Pôr lajes de metro e meio
em vez de pedras à mão
transforma em bonito o feio
e torna direito o chão
Qualquer rua no futuro
terá o caso lembrado
um Presidente seguro
fez um trabalho asseado
Lisboa deixa de ser
um campo tão mal lavrado
fica assim um prazer
caminhar por todo o lado.
Poesia bloguista que talvez motive
algum município que ainda não foi capaz de entender
que esta é uma forma de economizar
tempo e dinheiro
e que acabará, de vez,
com a vergonha de assistir
a seres humanos de cócoras
a colocar pedra a pedra
onde, mal sai uma, logo saltam todas
que se encontram à volta.
Talvez, em verso, seja mais susceptível de entender
onde, mal sai uma, logo saltam todas
que se encontram à volta.
Talvez, em verso, seja mais susceptível de entender
esta crítica
Sem comentários:
Enviar um comentário