Já Pessoa alto gritava
Sua Mensagem divina
Que esta Pátria mal andava
Que navegava à bolina
Sujeita a toda a rapina
De quem bem se colocava
É a hora, dizia ele
P’ra sair do nevoeiro
Surgir a força que impele
Em momento derradeiro
Que transforma o fel em mel
E que venha um novo obreiro
Mas atenção, olho alerta
Que seja alguém desta terra
Que não tenha ordem por certa
Que fuja de qualquer guerra
Sendo denso o nevoeiro
Liberdade por inteiro
É sempre janela aberta
Se Pessoa ‘inda existisse
Cantando a sua “É a Hora”
Diria o que então não disse
Deitava p’la boca fora
Que em lugar de um Bandarra
De alguém com força e mão dura
Seja quem com uma fanfarra
Toque contra a ditadura
Outro rei Sebastião
Mas sem ares de salvador
E com determinação
Que se empenhe com rigor
Na governação do País
É o que se espera afinal
Para um futuro feliz
Desta Pátria: Portugal
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