NÃO É MEU COSTUME falar de mim próprio. Não me considero como exemplo para nada nem para ninguém. E o facto de manter este blogue é apenas devido à necessidade que sinto de escrever, expondo para o exterior aquilo que me atormenta no pensamento. É uma maneira de pensar em voz alta. Seguramente, a minha longa actividade como jornalista deixou-me este hábito e, para além da actividade literária que mantenho, guardando para o futuro o aparecimento do que tenho produzido, quer em prosa quer em poemas, este exercício de comentar o que mais me toca no campo dos acontecimentos liberta-me de uma espécie de retenção íntima do que considero merecedor de ser apreciado.
Digo isto porque não me julgo suficientemente convencido de que, em relação aos que me lêem, este meu blogue diário tenha interesse suficiente para ser largamente divulgado e se existem alguns que são tidos como de grane popularidade, atrevo-me a admitir que este não se situe assim em tão baixa escala, mas se é isso que sucede, então pratica-se uma grande injustiça em relação à minha produção diária. Sou levado, pois, a crer que a falta será porque não me mostro capaz de fazer a divulgação suficiente para atingir o grau maior da escala. E muita gente não tem ainda conhecimento da sua existência.
Mas não é isso que interessa. O importante agora é pegar na notícia divulgada nesta altura de que José Sócrates, por recomendação de Bruxelas, vai ver-se obrigado a tomar a decisão de flexibilizar as leis laborais, alterando as dificuldades que se têm mantido para que as empresas dispensem os trabalhadores, sem terem de enfrentar a cláusula da “justa causa” que, sempre que os recursos dos empregadores não suportam os encargos provenientes do número de colaboradores com que contam e têm absoluta necessidade de reduzir o seu número, não o podem fazer e acabam por fechar portas e, dessa forma, representa maior o prejuízo humano, pois que, em tais condições, ninguém pode obstar a que vão encerrando definitivamente muitos escritórios e lojas, tanto de grandes como de pequenas e médias empresas.
Afinal, o que eu pretendo referir neste texto é que, sem tirar proveito de ter, muitas vezes, razão antes de tempo, aqui deixo expresso que já há bastantes meses aludi, neste espaço, à necessidade de, mais dia menos dia, se deitar mão a esta medida que, sendo inegavelmente, uma atitude só de extremo recurso, pois ninguém pode garantir que não se pratiquem abusos e que, à sombra de uma facilidade, muitos empresários não dispensem pessoal por razões bem diferentes do excesso de gente em cada caso, não obstante isso trata-se de uma medida que será inevitável fugir dela.
Neste momento ainda não existem elementos seguros no que respeita a pormenores da flexibilização para que Bruxelas aponta, mas que Sócrates terá de seguir essa via, disso já não haverá grandes dúvidas, pois que as conversações que vai ter com as entidades sindicais, obviamente a lutar para que se não siga o recomenda, daí não sairá nada que contrarie o inevitável.
Justifica-se, pois, que deva deixar aqui a alusão que eu fiz, tempos passados, a este mesmo tema, antecipando-me ao que era de prever, muito embora desejasse que não fosse necessário ir tão longe.
Seja como for, as circunstâncias que ocasionam o aumento sucessivo de portugueses sem trabalho e a necessidade de serem tomadas providências para que se vá solucionando esta desgraça, tal imperiosidade terá, parece, levado Sócrates a encarar a situação e, antes que o FMI ou outra organização do mesmo teor venha impor as sua directrizes deste teor, parece ter acabado por decidir-se e a dar mostras de que, apesar dos seus optimismos, lá consegue ter o mínimo de capacidade para encarar problemas que não têm outra forma de ser tomados em mão. O que é pena é que, como sempre lhe tem sucedido, não chegue nunca a tempo para evitar o pior e só quando nos encontramos afogados com os problemas é que, em desespero de causa, lá aparece com ares de grande vencedor.
Volto a referir aquilo que sugeri no início deste blogue de hoje: se lerem com algum interesse os que venho a apontar há muito tempo, talvez acabem por me dar razão em alguns temas que defendo. Só que acertar antes de ocorrerem as situações é quase tão mau como actuar depois deles terem aparecido.
Sou, por isso, um Sócrates ao contrário!
Digo isto porque não me julgo suficientemente convencido de que, em relação aos que me lêem, este meu blogue diário tenha interesse suficiente para ser largamente divulgado e se existem alguns que são tidos como de grane popularidade, atrevo-me a admitir que este não se situe assim em tão baixa escala, mas se é isso que sucede, então pratica-se uma grande injustiça em relação à minha produção diária. Sou levado, pois, a crer que a falta será porque não me mostro capaz de fazer a divulgação suficiente para atingir o grau maior da escala. E muita gente não tem ainda conhecimento da sua existência.
Mas não é isso que interessa. O importante agora é pegar na notícia divulgada nesta altura de que José Sócrates, por recomendação de Bruxelas, vai ver-se obrigado a tomar a decisão de flexibilizar as leis laborais, alterando as dificuldades que se têm mantido para que as empresas dispensem os trabalhadores, sem terem de enfrentar a cláusula da “justa causa” que, sempre que os recursos dos empregadores não suportam os encargos provenientes do número de colaboradores com que contam e têm absoluta necessidade de reduzir o seu número, não o podem fazer e acabam por fechar portas e, dessa forma, representa maior o prejuízo humano, pois que, em tais condições, ninguém pode obstar a que vão encerrando definitivamente muitos escritórios e lojas, tanto de grandes como de pequenas e médias empresas.
Afinal, o que eu pretendo referir neste texto é que, sem tirar proveito de ter, muitas vezes, razão antes de tempo, aqui deixo expresso que já há bastantes meses aludi, neste espaço, à necessidade de, mais dia menos dia, se deitar mão a esta medida que, sendo inegavelmente, uma atitude só de extremo recurso, pois ninguém pode garantir que não se pratiquem abusos e que, à sombra de uma facilidade, muitos empresários não dispensem pessoal por razões bem diferentes do excesso de gente em cada caso, não obstante isso trata-se de uma medida que será inevitável fugir dela.
Neste momento ainda não existem elementos seguros no que respeita a pormenores da flexibilização para que Bruxelas aponta, mas que Sócrates terá de seguir essa via, disso já não haverá grandes dúvidas, pois que as conversações que vai ter com as entidades sindicais, obviamente a lutar para que se não siga o recomenda, daí não sairá nada que contrarie o inevitável.
Justifica-se, pois, que deva deixar aqui a alusão que eu fiz, tempos passados, a este mesmo tema, antecipando-me ao que era de prever, muito embora desejasse que não fosse necessário ir tão longe.
Seja como for, as circunstâncias que ocasionam o aumento sucessivo de portugueses sem trabalho e a necessidade de serem tomadas providências para que se vá solucionando esta desgraça, tal imperiosidade terá, parece, levado Sócrates a encarar a situação e, antes que o FMI ou outra organização do mesmo teor venha impor as sua directrizes deste teor, parece ter acabado por decidir-se e a dar mostras de que, apesar dos seus optimismos, lá consegue ter o mínimo de capacidade para encarar problemas que não têm outra forma de ser tomados em mão. O que é pena é que, como sempre lhe tem sucedido, não chegue nunca a tempo para evitar o pior e só quando nos encontramos afogados com os problemas é que, em desespero de causa, lá aparece com ares de grande vencedor.
Volto a referir aquilo que sugeri no início deste blogue de hoje: se lerem com algum interesse os que venho a apontar há muito tempo, talvez acabem por me dar razão em alguns temas que defendo. Só que acertar antes de ocorrerem as situações é quase tão mau como actuar depois deles terem aparecido.
Sou, por isso, um Sócrates ao contrário!
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