CADA VEZ ME PREOCUPO MAIS com o problema da escolha dos políticos que se aspira que tenhamos à frente das instituições oficiais que têm o encargo de gerir o nosso País. É que, quanto mais oiço declarações dessas personalidades, e agora até assisto aos confrontos entre os candidatos às eleições para a Presidência da República, maior é a dúvida que reside em mim, posto que se escutam afirmações teóricas do que deve ser, mas faltam sempre as indicações da forma como se podem solucionar os problemas com que nos debatemos.
Precisamos diminuir o elevadíssimo número de desempregados no nosso País, é forçoso que a produção nacional aumente rapidamente e que as nossas exportações procurem equivaler-se ao volume do que importamos, torna-se imprescindível fazer frente à dívida externa elevadíssima que não há forma de parar e que ficarão às costas das gerações futuras, esses os principais males a que os tais políticos se referem, como se trouxessem ao conhecimento popular o que ninguém tem ideia de que é o que acontece.
No entanto, o que, até agora não foi comunicado aos portugueses, nem pelos elementos no poder nem mesmo pelas oposições que não se cansam de atacar os governantes, é uma descrição clara sobre a forma prática de actuar contra aqueles males. Terem a coragem de descrever o que tem de ser feito, claro que, na situação dos governantes, essa exposição seria descabida, mas quanto aos que se propõem ocupar aquele lugar, representa inegavelmente uma ausência de posição concreta que deixa os portugueses e os mais interessados para poderem escolher a direcção dos seus votos quando surgir a ocasião propícia, desamparados e confusos.
No caso da campanha para a chefia do Estado, pelos frente-a-frente que já tiveram lugar, especialmente o que colocou Cavaco Silva perante o concorrente Fernando Nobre, do lado do ainda PR o que se constatou foi que, possivelmente dada a circunstância conhecida de que quem ocupa o lugar de uma forma geral é o que está mais perto de repetir o posto, não se verificou uma convincente exposição, bastando-lhe ter-se resguardado no argumento de que jurou a Constituição e que, por isso, ele só podia ser o garante do seu cumprimento.
Podia ter ido mais longe e, se bem que as limitações que são impostas ao residente em Belém não lhe deixem grande margem para, sem medidas extremas – como a dissolução do Parlamento, por exemplo -, interferir, não sendo, de facto, muito grandes os meios de que dispõe para interferir nas actuações menos aceitáveis. Nas situações em que disse não ter vetado, mas que não concordava, o que seria certamente mais razoável é que não promulgasse e aguardasse pela segunda ida à Assembleia, sendo que, neste caso, a responsabilidade da acção não lhe caberia. Essa era uma posição clara e não estou aqui a declarar que a lei que se encontrava nestas condições era ou não do meu agrado.
Já no que diz respeito ao Fernando Nobre, a demonstração que fez, foi de que se encontra longe dos poderes do Presidente e que, embora não haja quem impeça que se dirija aos portugueses e expressa os seus pontos de vista, o que, em casos concretos de maior gravidade até se justificará, não é o mais conveniente ser causador de discórdias partidárias, podendo actuar de maneira mais discreta sempre que a situação se mostre mais complicada no sector dos desacordos mais evidentes.
Mas Fernando Nobre não foi convincente e bem se escusava de propagar o seu patriotismo, porque não está em causa o fervor patriótico de cada um dos concorrentes ao lugar, até porque se perguntar por aí quem ama ou não ama o nosso País, a resposta colectiva é de que todos “morreriam pela Pátria…
De igual modo, também não apetece ouvir da boca de Cavaco Silva que se deve a ele a solução de várias situações e que ele é possuidor da sabedoria plena sobre os problemas nacionais. Que não tem dúvidas e nunca se engana já foi lema que propagou no tempo em exerceu a funções primeiro-ministro e bem bastou tal arrogância, só comparável ao que afirma também, deste ou de outra maneira, José Sócrates. Basta, pois, de vaidosos!
Por estes motivos e também tendo assistido ao outro confronto verbal entre Manuel Alegre e o concorrente que tem o apoio do PCP, Francisco Lopes, não indo faltar no dia do depósito do voto, para não fazer parte das abstenções que são sempre prejudiciais numa eleição, porque permitem depois serem tiradas conclusões a favor deste ou daquele e não correspondem nunca à realidade, tenho de confessar que optarei pelo menos mau, mas com enorme preocupação por não ficar absolutamente convencido de que a escolha nos vai tirar do poço onde nos encontramos, quer na parte governamental quer também no que se refere ao locatário de Belém.
Mas, com isto não estou a propagar a ideia de que não devem os portugueses fazer todos os esforços para escolher o que lhe parecer melhor. Há que tomar uma responsabilidade e, neste caso, é a de participar no encontro da percentagem maior para alguém.
Precisamos diminuir o elevadíssimo número de desempregados no nosso País, é forçoso que a produção nacional aumente rapidamente e que as nossas exportações procurem equivaler-se ao volume do que importamos, torna-se imprescindível fazer frente à dívida externa elevadíssima que não há forma de parar e que ficarão às costas das gerações futuras, esses os principais males a que os tais políticos se referem, como se trouxessem ao conhecimento popular o que ninguém tem ideia de que é o que acontece.
No entanto, o que, até agora não foi comunicado aos portugueses, nem pelos elementos no poder nem mesmo pelas oposições que não se cansam de atacar os governantes, é uma descrição clara sobre a forma prática de actuar contra aqueles males. Terem a coragem de descrever o que tem de ser feito, claro que, na situação dos governantes, essa exposição seria descabida, mas quanto aos que se propõem ocupar aquele lugar, representa inegavelmente uma ausência de posição concreta que deixa os portugueses e os mais interessados para poderem escolher a direcção dos seus votos quando surgir a ocasião propícia, desamparados e confusos.
No caso da campanha para a chefia do Estado, pelos frente-a-frente que já tiveram lugar, especialmente o que colocou Cavaco Silva perante o concorrente Fernando Nobre, do lado do ainda PR o que se constatou foi que, possivelmente dada a circunstância conhecida de que quem ocupa o lugar de uma forma geral é o que está mais perto de repetir o posto, não se verificou uma convincente exposição, bastando-lhe ter-se resguardado no argumento de que jurou a Constituição e que, por isso, ele só podia ser o garante do seu cumprimento.
Podia ter ido mais longe e, se bem que as limitações que são impostas ao residente em Belém não lhe deixem grande margem para, sem medidas extremas – como a dissolução do Parlamento, por exemplo -, interferir, não sendo, de facto, muito grandes os meios de que dispõe para interferir nas actuações menos aceitáveis. Nas situações em que disse não ter vetado, mas que não concordava, o que seria certamente mais razoável é que não promulgasse e aguardasse pela segunda ida à Assembleia, sendo que, neste caso, a responsabilidade da acção não lhe caberia. Essa era uma posição clara e não estou aqui a declarar que a lei que se encontrava nestas condições era ou não do meu agrado.
Já no que diz respeito ao Fernando Nobre, a demonstração que fez, foi de que se encontra longe dos poderes do Presidente e que, embora não haja quem impeça que se dirija aos portugueses e expressa os seus pontos de vista, o que, em casos concretos de maior gravidade até se justificará, não é o mais conveniente ser causador de discórdias partidárias, podendo actuar de maneira mais discreta sempre que a situação se mostre mais complicada no sector dos desacordos mais evidentes.
Mas Fernando Nobre não foi convincente e bem se escusava de propagar o seu patriotismo, porque não está em causa o fervor patriótico de cada um dos concorrentes ao lugar, até porque se perguntar por aí quem ama ou não ama o nosso País, a resposta colectiva é de que todos “morreriam pela Pátria…
De igual modo, também não apetece ouvir da boca de Cavaco Silva que se deve a ele a solução de várias situações e que ele é possuidor da sabedoria plena sobre os problemas nacionais. Que não tem dúvidas e nunca se engana já foi lema que propagou no tempo em exerceu a funções primeiro-ministro e bem bastou tal arrogância, só comparável ao que afirma também, deste ou de outra maneira, José Sócrates. Basta, pois, de vaidosos!
Por estes motivos e também tendo assistido ao outro confronto verbal entre Manuel Alegre e o concorrente que tem o apoio do PCP, Francisco Lopes, não indo faltar no dia do depósito do voto, para não fazer parte das abstenções que são sempre prejudiciais numa eleição, porque permitem depois serem tiradas conclusões a favor deste ou daquele e não correspondem nunca à realidade, tenho de confessar que optarei pelo menos mau, mas com enorme preocupação por não ficar absolutamente convencido de que a escolha nos vai tirar do poço onde nos encontramos, quer na parte governamental quer também no que se refere ao locatário de Belém.
Mas, com isto não estou a propagar a ideia de que não devem os portugueses fazer todos os esforços para escolher o que lhe parecer melhor. Há que tomar uma responsabilidade e, neste caso, é a de participar no encontro da percentagem maior para alguém.
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