segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

E CUBA HEIM?!...


QUEM HAVIA DE DIZER que, 50 anos passados sobre a revolução socialista cubana, em que Fidel de Castro, agora retirado pela sua enfermidade e é o seu irmão Raul que se encontra à frente do Poder, a população iria ouvir, de voz daquele responsável, a declaração de que a situação económica e financeira daquele País tinha chegado a um ponto de enorme dificuldade, acusando o Governo de ter escondido a verdade, alterando a verdade dos números e não tendo sido capaz de evitar a catástrofe em que se encontra.
Quer dizer, de uma parte do mundo as acusações são dirigidas ao capitalismo e à actuação de forças financeiras, em que muitos bancos mundiais estão envolvidos, provocando a crise que já ninguém é capaz de esconder, enquanto do outro lado do Globo, como é o caso agora de Cuba, surge a confissão de que aquele sistema comunista não tinha conseguido libertar-se da situação que se espalhou sem escolher opções políticas.
Sem escolher, não é bem assim, pois que a China, essa e dizem que graças à política que foi iniciada por Mao-Tse Tung, atingiu os nossos dias com uma vitalidade económica e financeira que até leva Teixeira dos Santos a pôr-se na posição de pedinte, dado que existem possibilidades dessa Nação no extremo Oriente poder comprar parte da nossa dívida externa.
Bem, aquilo que eu aprendi há muitos anos na Economia, ainda que nunca constituísse uma preferência da minha parte, pois que o jornalismo absorveu completamente o meu interesse, mesmo assim ensinou-me que é fundamental que a produção, em quantidade mas sobretudo em qualidade e em preço, são o mais importante para incutir numa nação o mínimo de capacidade para não depender do exterior, quer no que consome como na área da sua fortaleza financeira, dado que as exportações representam a entrada de dinheiro e o desafogo que provoca a independência essencial para não se ficar à espera de que qualquer ajuda venha de fora.
Claro que existem várias formas de produzir bem e barato. E nem todas serão as que, especialmente nos países do ocidente, serão as mais aceitáveis. A seguida pela China, na altura em que toda população vestia uniforme e se encontrava limitada a seguir os princípios do Livro Vermelho, com salários miseráveis e com ausência total de regalias mínimas que poderiam interferir na vida pessoal de cada cidadão, essa imposição, se permitiu ir acumulando a prática de trabalho que, até nas lojas que se espalham pelo mundo com artigos de origem desse País se verifica, representou uma violência que não será justo que se obrigue o ser humano a suportar.
Mas também exactamente o contrário, ou seja o não incutir nos cidadãos o espírito de participar positivamente na criação de riqueza, esta proveniente do trabalho justo e cumpridor, tanto da parte dos empresários como dos que fornecem a força e a capacidade de produzir, isso é que leva ao ponto em que, por exemplo e mau, se encontra Portugal.
Tanto se defenderam os chamados “direitos do trabalhador”, frase feita que ainda hoje sai da bocas de alguns políticos ligados a extremismos que não se adequam à realidade nacional, que o que resultou foi que um grande número de portugueses se mantêm na busca de emprego, mas menos no trabalho.
Cuba, deu agora sinal de que vai mudar de atitude política, para tentar sair da posição difícil em que se declara estar. É pena que uma filosofia política resultante de uma revolução que entusiasmou grande parte do mundo e colocou até o célebre Che Guevara num pedestal que se tem mantido, se encontre agora a dar conta da sua falência. E só se espera que os detractores daquela dissolução de um governo que, também ele, representava, na altura, o que não deve existir, com um ditador capitalista que era forçoso pôr a andar, o que se deseja é que não se verifique um regresso ao passado, porque de governantes incompetentes e mal intencionados está este Globo cheio.
A nós, todas as manifestações de falência do sistemas de governação nos têm de fazer pensar. E, pelo menos que nos sirva de alguma coisa para, se tivermos ainda tempo, agarrarmos com todas as mãos as hipóteses de salvação que nos restem.
Não é que com o mal dos outros podemos nós! O mal que ocorre fora das nossas fronteiras tem de servir para nos avisar de algo.

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