NÃO CAUSA NENHUMA SURPRESA verificar-se permanentemente que o Homem tem uma enorme dificuldade em mudar de comportamento e em reconhecer os erros praticados, ao ponto de, em determinada altura da sua vida, ter de dar um passo atrás e de se penitenciar publicamente no que respeita a alguma culpa pelos fracassos, quer os pessoais quer os que envolvem grupos e coligações. De uma forma geral, só quando se atingem situações deveras penosas e decorrido um certo e até excessivo tempo sobre os factos que constituíram prova suficiente de que era forçoso tomar decisões contrárias às que tinham estado na base da formação antes tomada, apenas em tais circunstâncias e ouvidas que terão sido muitas críticas em relação ao que não havia maneira de ser alterado, só após se ultrapassarem imensas queixas é que o autor ou autores do mal que se atingiu é que, ainda que contrariados, os seres humanos se dispõem a encarar o assunto e a procurar outro rumo.
E se isso se verifica com o homem comum, aquele que apenas pode desgostar num núcleo restrito em seu redor, quando tal acontece com personalidades ditas públicas e, em particular, quando as suas acções envolvem países ou grupos de potências que se tenham juntado com um determinado objectivo, então as consequências são muitíssimo mais relevantes e a mutação de atitudes, de objectivos, de resultados provoca uma enorme mexida em fundamentos que estariam estabelecidos com uma certa firmeza nos seus alicerces.
O mundo caminha com uma velocidade tão elevada que, em muitas ocasiões, não dá tempo a que os altos responsáveis por determinadas áreas políticas e financeiras, com influência directa nas sociais, passem a utilizar vias diferentes, até mesmo de recuos, de modo a ajustarem-se às modernizações que as novas tecnologias impõem. E não só essas.
E aí, também o ser humano se tem de enquadrar, recusando seguir o seu apetite e escondendo a vaidade que lhe está intrínseca por ter sido autor ou participante de um modelo de que se gaba. E é precisamente tal atitude que custa a tais personalidades admitirem que se esgotou o tempo que lhes deu posição de nomeada e atrasam, tanto quanto conseguem, as alterações que se sobrepõem.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte, OTAN ou NATO, viu chegada a sua hora de encarar a importância da sua actividade e, numa fase em que já não se justifica o frente-a-frente que motivou o nascimento dessa Organização, entre os países do Ocidente e a União Soviética, num período de guerra fria que terminou com a queda do muro de Berlim, havia que dar o braço a torcer e encarar a verdadeira importância da sua existência que, no momento que se atravessa e já desde há algum tempo, apenas se justifica para enfrentar as acções terroristas dos grupos que, sobretudo saídos de algumas áreas islâmicas, têm como único objectivo provocar um mal estar que tem como base a divergência de religião. Ainda que já algo tarde, havia que mudar. E mudou-se. E Lisboa foi palco dessa alteração.
As conclusões a que se chegaram e que serão revistas em 2012, provocaram uma alteração substancial no “modus operandi” da actuação da NATO – menos militar e com um toque civil de enorme importância -, o que mostra que este acto se enquadra na tal mudança de comportamento que o Homem, mesmo relutante, de vez em quando, não pode recusar-se a fazer.
O que será motivo para lastimar é que o exemplo colhido com o resultado positivo alcançado nesta reunião não sirva para criar um impulso de concórdia e de junção de vontades no que se refere à Europa, em que muitos dos participantes agora em Lisboa também fazem parte, com idênticas funções, no grupo os 27 do nosso Continente. Encontrando-se numa situação difícil quase todos os países que compõem o núcleo a que também Portugal pertence, o que seria desejável era que se efectuasse também uma Cimeira que procurasse formas de actuação e de inter-ajuda entre os mais bem situados e os que se situam num plano de grande carência. Afinal, são nações estranhas ao grupo, como a China, por exemplo, que se prestam a dar a mão, evidentemente com o objectivo de vir a receber benefícios por essa sua atitude.
Justifica-se, pois, o que começo por afirmar neste meu escrito. E vem, por maioria de razão, a propósito, porque foi o nosso País o escolhido para o encontro de tantos responsáveis mundiais durante dois dias. E não é possível deixar de fazer o sublinhado de que este acontecimento veio mesmo a calhar para encher o ego de José Sócrates.
Tem mesmo sorte este danado Homem, pois que por muito que, desde há tempos, tenham vindo a aumentar sucessivamente os sinais de desconsolo, por parte dos portugueses, em vê-lo à frente do Governo que ainda se mantém, têm surgido sempre alguns acontecimentos que lhe provocam um acréscimo de prazer em se ver ao espelho e, no caso presente, os inúmeros apertos de mãos que teve ocasião de dar, como anfitrião governamental, a tantas grandes figuras mundiais de enorme prestígio político, essa oportunidade ainda lhe vai provocar maior reticência em se afastar da cena política e a dar lugar a outra personagem que o substitua. Obviamente que tudo isso dentro de uma normalidade que não provoque ainda maior abanão no péssimo estado em que se encontra Portugal no capítulo da economia, das finanças e sobretudo da situação política que está instalada, atendendo às circunstâncias especiais que nos limitam em virtude do calendário que não permite atitudes imediatas deste tipo.
Mas, posta de parte, por hoje, esta circunstância, temos de nos congratular por ter ocorrido no nosso terreno uma reunião de todos os homens fortes da política mundial e só temos de desejar que esta mostra pública e internacional do nosso nome, como País, seja bem utilizada para podermos tirar algum proveito, no capítulo dos mercados que se podem conquistar para os produtos que já de nossa origem, mas, muito mais do que isso, que chame a atenção dos investidores de fora no sentido de trazerem o seu saber e o seu dinheiro para montar na nossa Terra novas empresas que contribuam para aumentar o nosso poder produtivo.
Se isso não suceder, o que é verdadeiramente lastimável, é porque nos mantemos, os cidadãos e os poderes públicos, sem aprender nada com o que se passa à nossa volta e mantemo-nos com as mãos metidas nos bolsos, apenas aptos e organizar greves – que não oferecem o menor resultado prático naquilo que é essencial – assim como também é da nossa preferência o assistirmos a serem estabelecidos feriados por dá cá aquela palha e, também por decisão do Governo, a dispensas de ponto dos funcionários públicos.
E se isso se verifica com o homem comum, aquele que apenas pode desgostar num núcleo restrito em seu redor, quando tal acontece com personalidades ditas públicas e, em particular, quando as suas acções envolvem países ou grupos de potências que se tenham juntado com um determinado objectivo, então as consequências são muitíssimo mais relevantes e a mutação de atitudes, de objectivos, de resultados provoca uma enorme mexida em fundamentos que estariam estabelecidos com uma certa firmeza nos seus alicerces.
O mundo caminha com uma velocidade tão elevada que, em muitas ocasiões, não dá tempo a que os altos responsáveis por determinadas áreas políticas e financeiras, com influência directa nas sociais, passem a utilizar vias diferentes, até mesmo de recuos, de modo a ajustarem-se às modernizações que as novas tecnologias impõem. E não só essas.
E aí, também o ser humano se tem de enquadrar, recusando seguir o seu apetite e escondendo a vaidade que lhe está intrínseca por ter sido autor ou participante de um modelo de que se gaba. E é precisamente tal atitude que custa a tais personalidades admitirem que se esgotou o tempo que lhes deu posição de nomeada e atrasam, tanto quanto conseguem, as alterações que se sobrepõem.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte, OTAN ou NATO, viu chegada a sua hora de encarar a importância da sua actividade e, numa fase em que já não se justifica o frente-a-frente que motivou o nascimento dessa Organização, entre os países do Ocidente e a União Soviética, num período de guerra fria que terminou com a queda do muro de Berlim, havia que dar o braço a torcer e encarar a verdadeira importância da sua existência que, no momento que se atravessa e já desde há algum tempo, apenas se justifica para enfrentar as acções terroristas dos grupos que, sobretudo saídos de algumas áreas islâmicas, têm como único objectivo provocar um mal estar que tem como base a divergência de religião. Ainda que já algo tarde, havia que mudar. E mudou-se. E Lisboa foi palco dessa alteração.
As conclusões a que se chegaram e que serão revistas em 2012, provocaram uma alteração substancial no “modus operandi” da actuação da NATO – menos militar e com um toque civil de enorme importância -, o que mostra que este acto se enquadra na tal mudança de comportamento que o Homem, mesmo relutante, de vez em quando, não pode recusar-se a fazer.
O que será motivo para lastimar é que o exemplo colhido com o resultado positivo alcançado nesta reunião não sirva para criar um impulso de concórdia e de junção de vontades no que se refere à Europa, em que muitos dos participantes agora em Lisboa também fazem parte, com idênticas funções, no grupo os 27 do nosso Continente. Encontrando-se numa situação difícil quase todos os países que compõem o núcleo a que também Portugal pertence, o que seria desejável era que se efectuasse também uma Cimeira que procurasse formas de actuação e de inter-ajuda entre os mais bem situados e os que se situam num plano de grande carência. Afinal, são nações estranhas ao grupo, como a China, por exemplo, que se prestam a dar a mão, evidentemente com o objectivo de vir a receber benefícios por essa sua atitude.
Justifica-se, pois, o que começo por afirmar neste meu escrito. E vem, por maioria de razão, a propósito, porque foi o nosso País o escolhido para o encontro de tantos responsáveis mundiais durante dois dias. E não é possível deixar de fazer o sublinhado de que este acontecimento veio mesmo a calhar para encher o ego de José Sócrates.
Tem mesmo sorte este danado Homem, pois que por muito que, desde há tempos, tenham vindo a aumentar sucessivamente os sinais de desconsolo, por parte dos portugueses, em vê-lo à frente do Governo que ainda se mantém, têm surgido sempre alguns acontecimentos que lhe provocam um acréscimo de prazer em se ver ao espelho e, no caso presente, os inúmeros apertos de mãos que teve ocasião de dar, como anfitrião governamental, a tantas grandes figuras mundiais de enorme prestígio político, essa oportunidade ainda lhe vai provocar maior reticência em se afastar da cena política e a dar lugar a outra personagem que o substitua. Obviamente que tudo isso dentro de uma normalidade que não provoque ainda maior abanão no péssimo estado em que se encontra Portugal no capítulo da economia, das finanças e sobretudo da situação política que está instalada, atendendo às circunstâncias especiais que nos limitam em virtude do calendário que não permite atitudes imediatas deste tipo.
Mas, posta de parte, por hoje, esta circunstância, temos de nos congratular por ter ocorrido no nosso terreno uma reunião de todos os homens fortes da política mundial e só temos de desejar que esta mostra pública e internacional do nosso nome, como País, seja bem utilizada para podermos tirar algum proveito, no capítulo dos mercados que se podem conquistar para os produtos que já de nossa origem, mas, muito mais do que isso, que chame a atenção dos investidores de fora no sentido de trazerem o seu saber e o seu dinheiro para montar na nossa Terra novas empresas que contribuam para aumentar o nosso poder produtivo.
Se isso não suceder, o que é verdadeiramente lastimável, é porque nos mantemos, os cidadãos e os poderes públicos, sem aprender nada com o que se passa à nossa volta e mantemo-nos com as mãos metidas nos bolsos, apenas aptos e organizar greves – que não oferecem o menor resultado prático naquilo que é essencial – assim como também é da nossa preferência o assistirmos a serem estabelecidos feriados por dá cá aquela palha e, também por decisão do Governo, a dispensas de ponto dos funcionários públicos.
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