ESTA DECISÃO tomada pelo governo de Sócrates de estabelecer o dia de hoje com o “benefício” de dispensa de ponto para os funcionários públicos só pode ter como justificação a baixa de salário de que tanto se fala naquele sector. Porque não há Cimeira da NATO que valha num País de tão baixa produção dos seus cidadãos como este nosso Portugal.
Quer dizer, todos os motivos servem para não trabalhar e esse incentivo parte de cima, daqueles que deveriam dar o exemplo, mas que utilizam todos os argumentos para meter as mãos nos bolsos, não só dos outros, com os aumentos do custo de vida, como igualmente dos seus, pela paralisação de actividades que promovem e seguem para si mesmos.
Os caricaturistas têm tido muitos casos para transmitir ao papel as “gracinhas” que os nossos governantes ocasionam e dariam para uma grande risota se a tristeza que atinge todos não transformasse as lágrimas do riso em lágrimas de sofrimento.
Mas que teria na cabeça este José Sócrates e todos os seus membros governamentais – porque não parece que algum deles tenha dado mostras de descontentamento pelas asneiras que se cometem – para acharem que esta medida desencantada do fundo dos seus cérebros viria mesmo a calhar numa altura em que o que deveria suceder era exactamente o contrário, ou seja tudo aberto, a funcionar, as lojas com as portas escancaradas a todas as horas e todos os dias (respeitando, evidentemente, os horários dos funcionários), isso para provocar o alargamento da necessidade de empregados e, com tal medida, tentar diminuir o elevadíssimo número de desocupados? Seria bom que os portugueses tomassem conhecimento da razão desta destemperada atitude, se existisse, da parte dos tais que mandam, o hábito de tudo explicar aos que pagam as contribuições e sofrem as consequências dos péssimos homens que temos nos lugares de chefia.
E como essa dispensa de trabalhar ocorre numa sexta-feira, é óbvio que se trata de uma “ponte”, das tais que caem sempre bem no prazer dos portugueses ainda mal estimulados para aumentar a produção nacional, e, por isso, vamos aproveitar este presente socratiano, porque enquanto ele se mantiver no lugar e não aparecer ninguém com um mínimo de vergonha e de bom-senso, que dê a volta a toda esta rebaldaria que nos comanda, sempre poderemos contar com uns descansos deste tipo, se bem que os sacrifícios de carteira e ao triste drama de assistirmos progressivamente ao caminhar para o fim do País que temos, sempre nos poderemos continuar a roçar pelas paredes.
E, enquanto a maioria dos políticos – e até dos agora apelidados de “politólogos” – anda a proclamar que é imperioso que Portugal produza mais, não indicando, porém, a forma de ser dado esse passo fundamental, na verdade, mas difícil de atingir nas actuais circunstâncias, e até Jerónimo de Sousa, na entrevista que deu ontem na RTP, não foi capaz de apresentar argumentos convincentes que, sem insistir nessa história doentia da Esquerda e da Direita, mostrasse quais os passos essenciais para que saiamos desta paralisação produtiva para uma dinâmica forma de passarmos a consumir internamente o que cá se faz e façamos todos os esforços para que as nossas exportações se tornem um apoio ultra-importante para equilibrar as contas públicas portuguesas.
Por meu lado, dando razão à necessidade fundamental do nosso País sair deste estado, que vem já de bastante longe, de nunca termos conseguido, apesar de sermos uma pequena Nação, uma posição de possuidores de um determinado número de produtos com características lusitanas que obtivessem um mercado externo importante e duradouro, como sucede com outros parceiros europeus de que se conhecem bem as suas actuações, dado que nos deixámos arrastar até esta altura e só agora é que gritamos face a tal carência, como as produções, primeiro, e as conquistas de compradores estrangeiros depois não são coisas que se consigam alcançar com relativa rapidez, não é coerente manter esperanças de que é agora que, através dessa propagação, vamos poder alterar o mau estado financeiro, económico e social em que nos encontramos. Não se trata de pessimismo, mas apenas de uma chamada à realidade, posto que é disso que todos nós necessitamos, aprendendo alguma coisa com os vastos erros praticados e tentando não os repetir para o futuro. A nossa juventude, sobretudo essa, deve ser chamada a enfrentar os factos concretos e, conhecendo o mau que foi produzido, a História mais antiga e a moderna, começar já a imaginar o que lhes caberá fazer quando for a sua vez de tomar conta dos destinos que se lhes depararem.
Mas, voltando ao tal dia sem trabalho que o Governo resolveu estabelecer para hoje, com a “ponte” consequente, fico mudo e perplexo. Nem sei o que devo dizer no meio de todo o espectáculo de pouca-vergonha que nos é oferecido pelos homens que se mantêm com os lugares de que desfrutam e com as benesses que para eles ainda dá para não se afligirem muito.
Quer dizer, todos os motivos servem para não trabalhar e esse incentivo parte de cima, daqueles que deveriam dar o exemplo, mas que utilizam todos os argumentos para meter as mãos nos bolsos, não só dos outros, com os aumentos do custo de vida, como igualmente dos seus, pela paralisação de actividades que promovem e seguem para si mesmos.
Os caricaturistas têm tido muitos casos para transmitir ao papel as “gracinhas” que os nossos governantes ocasionam e dariam para uma grande risota se a tristeza que atinge todos não transformasse as lágrimas do riso em lágrimas de sofrimento.
Mas que teria na cabeça este José Sócrates e todos os seus membros governamentais – porque não parece que algum deles tenha dado mostras de descontentamento pelas asneiras que se cometem – para acharem que esta medida desencantada do fundo dos seus cérebros viria mesmo a calhar numa altura em que o que deveria suceder era exactamente o contrário, ou seja tudo aberto, a funcionar, as lojas com as portas escancaradas a todas as horas e todos os dias (respeitando, evidentemente, os horários dos funcionários), isso para provocar o alargamento da necessidade de empregados e, com tal medida, tentar diminuir o elevadíssimo número de desocupados? Seria bom que os portugueses tomassem conhecimento da razão desta destemperada atitude, se existisse, da parte dos tais que mandam, o hábito de tudo explicar aos que pagam as contribuições e sofrem as consequências dos péssimos homens que temos nos lugares de chefia.
E como essa dispensa de trabalhar ocorre numa sexta-feira, é óbvio que se trata de uma “ponte”, das tais que caem sempre bem no prazer dos portugueses ainda mal estimulados para aumentar a produção nacional, e, por isso, vamos aproveitar este presente socratiano, porque enquanto ele se mantiver no lugar e não aparecer ninguém com um mínimo de vergonha e de bom-senso, que dê a volta a toda esta rebaldaria que nos comanda, sempre poderemos contar com uns descansos deste tipo, se bem que os sacrifícios de carteira e ao triste drama de assistirmos progressivamente ao caminhar para o fim do País que temos, sempre nos poderemos continuar a roçar pelas paredes.
E, enquanto a maioria dos políticos – e até dos agora apelidados de “politólogos” – anda a proclamar que é imperioso que Portugal produza mais, não indicando, porém, a forma de ser dado esse passo fundamental, na verdade, mas difícil de atingir nas actuais circunstâncias, e até Jerónimo de Sousa, na entrevista que deu ontem na RTP, não foi capaz de apresentar argumentos convincentes que, sem insistir nessa história doentia da Esquerda e da Direita, mostrasse quais os passos essenciais para que saiamos desta paralisação produtiva para uma dinâmica forma de passarmos a consumir internamente o que cá se faz e façamos todos os esforços para que as nossas exportações se tornem um apoio ultra-importante para equilibrar as contas públicas portuguesas.
Por meu lado, dando razão à necessidade fundamental do nosso País sair deste estado, que vem já de bastante longe, de nunca termos conseguido, apesar de sermos uma pequena Nação, uma posição de possuidores de um determinado número de produtos com características lusitanas que obtivessem um mercado externo importante e duradouro, como sucede com outros parceiros europeus de que se conhecem bem as suas actuações, dado que nos deixámos arrastar até esta altura e só agora é que gritamos face a tal carência, como as produções, primeiro, e as conquistas de compradores estrangeiros depois não são coisas que se consigam alcançar com relativa rapidez, não é coerente manter esperanças de que é agora que, através dessa propagação, vamos poder alterar o mau estado financeiro, económico e social em que nos encontramos. Não se trata de pessimismo, mas apenas de uma chamada à realidade, posto que é disso que todos nós necessitamos, aprendendo alguma coisa com os vastos erros praticados e tentando não os repetir para o futuro. A nossa juventude, sobretudo essa, deve ser chamada a enfrentar os factos concretos e, conhecendo o mau que foi produzido, a História mais antiga e a moderna, começar já a imaginar o que lhes caberá fazer quando for a sua vez de tomar conta dos destinos que se lhes depararem.
Mas, voltando ao tal dia sem trabalho que o Governo resolveu estabelecer para hoje, com a “ponte” consequente, fico mudo e perplexo. Nem sei o que devo dizer no meio de todo o espectáculo de pouca-vergonha que nos é oferecido pelos homens que se mantêm com os lugares de que desfrutam e com as benesses que para eles ainda dá para não se afligirem muito.
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