É INEVITÀVEL. Os anos vão passando e os que resistem mais à ceifa da vida não têm outra alternativa que não seja assistirem à partida dos que não conseguem vencer a chamada inexorável daquele que continua a ser o ponto final de uma existência que lá se vai suportando.
E dentro da profissão de cada um, o mais inquietante é que essa certeza, que é afinal a única que todo o ser humano não nega que também lhe baterá à porta um dia, vai retirando da nossa convivência parceiros que, naturalmente, mesmo de idade diferentes e de zonas de actuação não condizentes, com a sua saída de cena têm de nos provocar um vazio no ambiente que nos envolve.
A morte de Mário de Bettencourt Resendes, ocorrida numa altura em que, embora sabendo-se da sua baixa de saúde, não se esperava que se desse propriamente agora – até porque a esperança nos leva a acreditar que, quem aguenta vários anos com a corrosão que vai minando no interior dos corpos, sempre permanecerá na nossa área mais uns tempos -, esse desaparecimento esta semana causou um abalo em todos os seguidores da mesma profissão no jornalismo, quer os que actuaram durante a mesma época, ao longo dos 17 anos de actividade do Mário, como os que, sendo mais antigos, como é o meu caso, foram seguindo a sua presença, especialmente porque ocupou um lugar cimeiro como director do “Diário de Notícias” assim como surgia frequentemente nos écrans das televisões a dar a conhecer as suas opiniões de ordem política.
Pois é essa saída do nosso foro que desejo assinalar aqui e para isso, embora sem dar nas vistas, lá me desloquei à saída da Igreja, assistindo ao cumprimento do pedido do defunto de lhe serem colocadas, três bandeiras sobre a urna, a dos Açores, a do D.N. e a do Benfica.
E veio-me à imaginação o que deveria eu solicitar que me seja feito na altura semelhante que virá por aí. E nada de especial me saltou à ideia. Provavelmente, dado que a minha época do jornalismo vem de longe, pois comecei em 1954 num revista, chamada “Mundo Ilustrado”, em que me estriei com o Fernando Piteira Santos, nessa altura recém expulso do PCP, e eu, por via disso, dado que o director indigitado para essa nova publicação era o antigo mestre Norberto Lopes, que acabou por não poder aceitar pois o director do Diário de Lisboa de então, Joaquim Mando, ao ter conhecimento da proposta o impediu de a exercer e nomeou director-adjunto do vespertino, e foi por aí que eu, em lugar de seguir a carreira de economista para o que estudara entrei directamente na profissão das letras e isso também porque o emprego que me mantinha na ocasião era na Livraria Bertrand, situação que me encaminhou para o mundo ds letras, até por tomar o meu cafezinho diário com Aquilino Ribeiro, no velho Café Chiado, onde se formou uma tertúlia de intelectuais a que eu assistia embevecido.
Mas tudo isto só para referir que a morte de Mário me tocou fortemente, por ser mais um a desaparecer e por os novos que também têm o direito de mostrar o que valem, infelizmente não têm referência dos antigos como eu e dos mais recentes será a exposição televisiva que lhes dará mais conhecimento.
Partiste Mário! Outros irão a seguir. E o mundo, tal como ele anda, não se excluindo principalmente o estado deplorável em que se encontra Portugal, cá fica a tentar solucionar os problemas a que nós todos nos referimos pelos meios que cada um dispõe, mas que não chegam para mostrar o caminho que só os homens de bom senso serão capazes de melhorar.
Se forem!...
E dentro da profissão de cada um, o mais inquietante é que essa certeza, que é afinal a única que todo o ser humano não nega que também lhe baterá à porta um dia, vai retirando da nossa convivência parceiros que, naturalmente, mesmo de idade diferentes e de zonas de actuação não condizentes, com a sua saída de cena têm de nos provocar um vazio no ambiente que nos envolve.
A morte de Mário de Bettencourt Resendes, ocorrida numa altura em que, embora sabendo-se da sua baixa de saúde, não se esperava que se desse propriamente agora – até porque a esperança nos leva a acreditar que, quem aguenta vários anos com a corrosão que vai minando no interior dos corpos, sempre permanecerá na nossa área mais uns tempos -, esse desaparecimento esta semana causou um abalo em todos os seguidores da mesma profissão no jornalismo, quer os que actuaram durante a mesma época, ao longo dos 17 anos de actividade do Mário, como os que, sendo mais antigos, como é o meu caso, foram seguindo a sua presença, especialmente porque ocupou um lugar cimeiro como director do “Diário de Notícias” assim como surgia frequentemente nos écrans das televisões a dar a conhecer as suas opiniões de ordem política.
Pois é essa saída do nosso foro que desejo assinalar aqui e para isso, embora sem dar nas vistas, lá me desloquei à saída da Igreja, assistindo ao cumprimento do pedido do defunto de lhe serem colocadas, três bandeiras sobre a urna, a dos Açores, a do D.N. e a do Benfica.
E veio-me à imaginação o que deveria eu solicitar que me seja feito na altura semelhante que virá por aí. E nada de especial me saltou à ideia. Provavelmente, dado que a minha época do jornalismo vem de longe, pois comecei em 1954 num revista, chamada “Mundo Ilustrado”, em que me estriei com o Fernando Piteira Santos, nessa altura recém expulso do PCP, e eu, por via disso, dado que o director indigitado para essa nova publicação era o antigo mestre Norberto Lopes, que acabou por não poder aceitar pois o director do Diário de Lisboa de então, Joaquim Mando, ao ter conhecimento da proposta o impediu de a exercer e nomeou director-adjunto do vespertino, e foi por aí que eu, em lugar de seguir a carreira de economista para o que estudara entrei directamente na profissão das letras e isso também porque o emprego que me mantinha na ocasião era na Livraria Bertrand, situação que me encaminhou para o mundo ds letras, até por tomar o meu cafezinho diário com Aquilino Ribeiro, no velho Café Chiado, onde se formou uma tertúlia de intelectuais a que eu assistia embevecido.
Mas tudo isto só para referir que a morte de Mário me tocou fortemente, por ser mais um a desaparecer e por os novos que também têm o direito de mostrar o que valem, infelizmente não têm referência dos antigos como eu e dos mais recentes será a exposição televisiva que lhes dará mais conhecimento.
Partiste Mário! Outros irão a seguir. E o mundo, tal como ele anda, não se excluindo principalmente o estado deplorável em que se encontra Portugal, cá fica a tentar solucionar os problemas a que nós todos nos referimos pelos meios que cada um dispõe, mas que não chegam para mostrar o caminho que só os homens de bom senso serão capazes de melhorar.
Se forem!...
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