Para não sair do habitual, ponho-me, mais uma vez, a raciocinar. E desta volta sobre uma gente que até parece que os problemas que rodeiam todos os cidadãos se resumem àquelas manifestações mundanas. Aos casamentos, às separações, aos aniversários, às inaugurações de lojas e, menos mal, a jantaradas para ajudar alguma associação de beneficência, mas que tenha suficiente gabarito para justificar a presença dos smokings e dos fatos compridos. No meu caso, devo confessar que, em dada altura, também isso serviu para procurar entender a existência de uma camada a que se dá o nome de “socialaite” (escrevo desta forma, mas não deixo de sentir alguma relutância).
É verdade que, em muitos países da zona ocidental do mapa-mundo, existem individualidades que se destacam por surgirem sempre em festanças. E havendo-as com fartura, a gente que circula nesses ambientes com assiduidade dá pasto à ânsia das publicações da especialidade que vivem precisamente daquele tipo de público. Os que andam nesse meio e também a que não tem acesso mas que se deleita a seguir as andanças dos famosos. E os cronistas ganham a sua vida em redor dessa matéria-prima, descobrindo sobretudo as fofocas que têm um prazer mórbido em divulgar. Esta é uma realidade que não vale a pena ignorar ou até criticar.
Fixando-me apenas no que ocorre por cá, mais propriamente na capital, alguma coisa na segunda cidade, no Porto e, episodicamente, no Algarve – porque o resto de Portugal, também nesse aspecto, nem sequer é paisagem -, é caso para perguntar se, entre nós, não seria muito mais proveitoso que tais exibições tivessem lugar para celebrar manifestações artísticas de alto estirpe, com grandes orquestras sinfónicas, exposições de pintura de bom gabarito, espectáculos de ópera e de ballet com a presença de conjuntos internacionais, entregas de prémios a escritores de reconhecido mérito, tudo isso e muito mais e que bem sabemos que são acções que no nosso País são raras quando, para não ir mais longe, aqui ao lado, em Espanha, não só em Madrid mas em muitas das cidades espalhadas pelo seu território, é vulgar ter-se conhecimento de manifestações festivas de tipo cultural.
Mas é uma lástima que a nossa imitação se fique apenas na exposição de criaturas que, coitadas, restringem a sua felicidade a fazerem-se às fotografias de que aspiram ver depois publicadas nas revistas que existem para isso.
Somos o que somos e como somos!
A vaidade, sempre ela, é uma mola que faz saltar o Homem. Há quem a limite, a esconda, se envergonhe até de a ter. Mas ela é mais forte. Sem querer, mesmo de passagem, as montras das lojas servem para dar uma vista de olhos por parte dos passeantes. E a mulher, como é também natural e até certo ponto justificado, ultrapassa nesse aspecto e em muito a vaidade dos machos, se bem que não seja assim tão raro deparar-se com figurões que têm como principal preocupação cuidar fervorosamente do seu aspecto exterior.
É certo que vigora ainda, mas cada vez menos, uma certa apreciação depreciativa quanto a homens que são iguais às mulheres no tratamento cuidado dos seus rostos, por exemplo. Mas a persistência e o descaramento desses manequins ambulantes faz com que acabem por ser aceites e até mesmo se introduzam no chamado “jet set”.
O Homem, quando se aventura por áreas, ainda que fora do comum, para impor comportamentos invulgares, quer seja na área da convivência social – que ainda é a que menos prejuízos provoca - quer seja no campo da política, deslumbrando-se com os seus feitos e aplaudido pelos companheiros que logo formam grupos à espera da apanhar os restos do sucesso, esse ser, perante o deslumbramento que causa, avança e serve-se de todos os meios para atingir fins de que, muitas vezes, se perde o controlo.
O convencido da sua posição superior, seja ela qual for, tendo os outros em conta apenas para servir os seus objectivos, os seus sonhos, frequentemente as suas malvadezes, esse tipo de pessoa, se for descoberto a tempo, deve ser afastado do convívio de outros mortais. Até ele se convencer do seu erro.
Aqui fica o aviso ao “jet set” português. Mesmo que ninguém me tenha encomendado o sermão!
É verdade que, em muitos países da zona ocidental do mapa-mundo, existem individualidades que se destacam por surgirem sempre em festanças. E havendo-as com fartura, a gente que circula nesses ambientes com assiduidade dá pasto à ânsia das publicações da especialidade que vivem precisamente daquele tipo de público. Os que andam nesse meio e também a que não tem acesso mas que se deleita a seguir as andanças dos famosos. E os cronistas ganham a sua vida em redor dessa matéria-prima, descobrindo sobretudo as fofocas que têm um prazer mórbido em divulgar. Esta é uma realidade que não vale a pena ignorar ou até criticar.
Fixando-me apenas no que ocorre por cá, mais propriamente na capital, alguma coisa na segunda cidade, no Porto e, episodicamente, no Algarve – porque o resto de Portugal, também nesse aspecto, nem sequer é paisagem -, é caso para perguntar se, entre nós, não seria muito mais proveitoso que tais exibições tivessem lugar para celebrar manifestações artísticas de alto estirpe, com grandes orquestras sinfónicas, exposições de pintura de bom gabarito, espectáculos de ópera e de ballet com a presença de conjuntos internacionais, entregas de prémios a escritores de reconhecido mérito, tudo isso e muito mais e que bem sabemos que são acções que no nosso País são raras quando, para não ir mais longe, aqui ao lado, em Espanha, não só em Madrid mas em muitas das cidades espalhadas pelo seu território, é vulgar ter-se conhecimento de manifestações festivas de tipo cultural.
Mas é uma lástima que a nossa imitação se fique apenas na exposição de criaturas que, coitadas, restringem a sua felicidade a fazerem-se às fotografias de que aspiram ver depois publicadas nas revistas que existem para isso.
Somos o que somos e como somos!
A vaidade, sempre ela, é uma mola que faz saltar o Homem. Há quem a limite, a esconda, se envergonhe até de a ter. Mas ela é mais forte. Sem querer, mesmo de passagem, as montras das lojas servem para dar uma vista de olhos por parte dos passeantes. E a mulher, como é também natural e até certo ponto justificado, ultrapassa nesse aspecto e em muito a vaidade dos machos, se bem que não seja assim tão raro deparar-se com figurões que têm como principal preocupação cuidar fervorosamente do seu aspecto exterior.
É certo que vigora ainda, mas cada vez menos, uma certa apreciação depreciativa quanto a homens que são iguais às mulheres no tratamento cuidado dos seus rostos, por exemplo. Mas a persistência e o descaramento desses manequins ambulantes faz com que acabem por ser aceites e até mesmo se introduzam no chamado “jet set”.
O Homem, quando se aventura por áreas, ainda que fora do comum, para impor comportamentos invulgares, quer seja na área da convivência social – que ainda é a que menos prejuízos provoca - quer seja no campo da política, deslumbrando-se com os seus feitos e aplaudido pelos companheiros que logo formam grupos à espera da apanhar os restos do sucesso, esse ser, perante o deslumbramento que causa, avança e serve-se de todos os meios para atingir fins de que, muitas vezes, se perde o controlo.
O convencido da sua posição superior, seja ela qual for, tendo os outros em conta apenas para servir os seus objectivos, os seus sonhos, frequentemente as suas malvadezes, esse tipo de pessoa, se for descoberto a tempo, deve ser afastado do convívio de outros mortais. Até ele se convencer do seu erro.
Aqui fica o aviso ao “jet set” português. Mesmo que ninguém me tenha encomendado o sermão!
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