A PARTIR DE ONTEM o Estado passou a arrecadar ainda mais dinheiro pago pelos contribuintes portugueses. Dois mil milhões de euros são o aumento que se verifica nos cofres do Estado devido à subida do IVA e do IRS. É preciso e ninguém pode reclamar por essa medida, mas o que resta saber é se os autores dessas decisões utilizarão correctamente o que obrigam os cidadãos a pagar. Por sua vez e como não poderia deixar de ser, os preços dos transportes urbanos e de produtos de primeira necessidade, como a água e a electricidade, sobem de custo e, como sempre, os que menos têm são os que vão sentir mais na carteira os efeitos desse castigo. Como é habitual nesta nossa Terra, os que decidem não são capazes de encontrar fórmulas que carreguem mais os que podem pagar e que não castiguem tanto os mais pobres. Aumentar o preço do pão, do leite e de outros produtos de necessidade básica, isso é que dói termos de suportar. Por outro lado, fazer pagar mais impostos retirados dos ordenados também é penoso.
Este é, pois, o caminho que tem sido indicado neste blogue, como inevitável, dadas as dificuldades que são patentes por parte das nossas contas públicas que não chegam para fazer frente aos compromissos que, ao longo dos anos e particularmente dos últimos, do Governo de José Sócrates, foram e ainda são assumidos para que, mais tarde, alguém os enfrente e tenha de retirar de onde não há para contentar os credores. E, perante o que se tem de considerar como um problema sem solução imediata, não é aqui que terminam as atitudes de esfolamento a que os poderes oficiais terão de deitar a mão.
E, uma vez mais, volto ao problema das reformas. Começará pela anulação dos dois meses suplementares que, no Natal e nas férias, os que têm os seus salários os passarão a ver reduzidos a apenas doze meses. É o princípio. Porque, como já sucede com os montantes que são atribuídos a quem alcança nesta altura o fim do seu período laboral, quem ainda recebe por contas feitas tempos atrás acabará por assistir, de mãos na cabeça, a cortes que serão sucessivos.
E porquê sou tão seguro naquilo que aqui tenho deixado escrito? Pois precisamente por que é cada vez maior o já elevadíssimo número de desempregados, logo, os que ainda podem descontar a sua parte para os Fundos de Desemprego e para as reformas vão-se reduzindo a uma v velocidade assustadora. E o Estado não tem onde ir buscar recursos para fazer frente a tal fatalidade, tanto mais que é devedor ao estrangeiro a montantes astronómicos e se há para um lado tem de faltar para outro.
Não é necessário ser economista para encarar esta realidade. Quem, sem poder, comprou automóveis para pagar depois, entrou em dívidas com a aquisição de um andar, fez férias com empréstimos bancários, tudo porque tinha, na altura, um emprego que aguentava com tantos desperdícios, assim que ficou desempregado e lhe saltaram em cima os vários “amigalhaços de antes”, os que tinham facilitado a vida com ofertas que excediam a razoabilidade dos gastos, a única coisa que pode fazer depois é vender ao desbarato o que ainda poderá constituir um activo e a reduzir drasticamente tudo o que não faz falta e até a cortar com alguns elementos que são necessários mas que têm de ser esquecidos.
Assim acontece também com os países. Se os seus responsáveis não são capazes de despender apenas o que a sua produção consegue suportar, se as opções com os investimentos não obedecem a um critério de escolhas que se coadunem com as possibilidades próprias, as do momento e as futuras, para suportar os respectivos custos, se o conhecimento dos mercados de consumo não indica as capacidades de absorverem, nesses casos o prudente é não exceder o que a carteira consegue solucionar, em vez de deixar para as gerações que vierem o busílis para ser solucionado.
É nesta posição que nos encontramos agora em Portugal. E não é sério que a geração de hoje se sinta satisfeita com a sua consciência. Se alguém, nos tempos que vierem, puder ler este blogue, se as crianças de hoje, daqui a vinte ou trinta anos apanharem este texto, é possível que me louvem por ter tido a coragem de fazer as denúncias que não guardo para mim mesmo e que, apesar de os optimistas não gostarem muito, não podem deixar de ser ditas por quem, como aqui tenho afirmado, “tem razão muitas vezes antes de tempo”. Esperemos para ver.
Este é, pois, o caminho que tem sido indicado neste blogue, como inevitável, dadas as dificuldades que são patentes por parte das nossas contas públicas que não chegam para fazer frente aos compromissos que, ao longo dos anos e particularmente dos últimos, do Governo de José Sócrates, foram e ainda são assumidos para que, mais tarde, alguém os enfrente e tenha de retirar de onde não há para contentar os credores. E, perante o que se tem de considerar como um problema sem solução imediata, não é aqui que terminam as atitudes de esfolamento a que os poderes oficiais terão de deitar a mão.
E, uma vez mais, volto ao problema das reformas. Começará pela anulação dos dois meses suplementares que, no Natal e nas férias, os que têm os seus salários os passarão a ver reduzidos a apenas doze meses. É o princípio. Porque, como já sucede com os montantes que são atribuídos a quem alcança nesta altura o fim do seu período laboral, quem ainda recebe por contas feitas tempos atrás acabará por assistir, de mãos na cabeça, a cortes que serão sucessivos.
E porquê sou tão seguro naquilo que aqui tenho deixado escrito? Pois precisamente por que é cada vez maior o já elevadíssimo número de desempregados, logo, os que ainda podem descontar a sua parte para os Fundos de Desemprego e para as reformas vão-se reduzindo a uma v velocidade assustadora. E o Estado não tem onde ir buscar recursos para fazer frente a tal fatalidade, tanto mais que é devedor ao estrangeiro a montantes astronómicos e se há para um lado tem de faltar para outro.
Não é necessário ser economista para encarar esta realidade. Quem, sem poder, comprou automóveis para pagar depois, entrou em dívidas com a aquisição de um andar, fez férias com empréstimos bancários, tudo porque tinha, na altura, um emprego que aguentava com tantos desperdícios, assim que ficou desempregado e lhe saltaram em cima os vários “amigalhaços de antes”, os que tinham facilitado a vida com ofertas que excediam a razoabilidade dos gastos, a única coisa que pode fazer depois é vender ao desbarato o que ainda poderá constituir um activo e a reduzir drasticamente tudo o que não faz falta e até a cortar com alguns elementos que são necessários mas que têm de ser esquecidos.
Assim acontece também com os países. Se os seus responsáveis não são capazes de despender apenas o que a sua produção consegue suportar, se as opções com os investimentos não obedecem a um critério de escolhas que se coadunem com as possibilidades próprias, as do momento e as futuras, para suportar os respectivos custos, se o conhecimento dos mercados de consumo não indica as capacidades de absorverem, nesses casos o prudente é não exceder o que a carteira consegue solucionar, em vez de deixar para as gerações que vierem o busílis para ser solucionado.
É nesta posição que nos encontramos agora em Portugal. E não é sério que a geração de hoje se sinta satisfeita com a sua consciência. Se alguém, nos tempos que vierem, puder ler este blogue, se as crianças de hoje, daqui a vinte ou trinta anos apanharem este texto, é possível que me louvem por ter tido a coragem de fazer as denúncias que não guardo para mim mesmo e que, apesar de os optimistas não gostarem muito, não podem deixar de ser ditas por quem, como aqui tenho afirmado, “tem razão muitas vezes antes de tempo”. Esperemos para ver.
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