Mesmo que se teime no princípio de que o Homem é imutável, que se mantém igual desde que tem o carácter formado e vai percorrendo toda a sua existência até ao último dia sem alterações desse mesmo carácter, essa afirmação não tem base sustentável. No que diz respeito à generalidade dos seres humanos são as alegrias e as tristezas que provocam mutações na sua forma de ser original. Umas e outras actuam como bálsamo ou veneno.
Ninguém se cria a si próprio. Todos aparecemos feitos. Por dentro e por fora. O interesse pelo saber e o desenvolvimento da cultura cria, na verdade, camadas de tecido que se cola à forma original. O que está por baixo vem do começo, embora possa ser disfarçado, com o andar dos anos, devido às carapaças que se vão sobrepondo.
Ora, são essas roupagens suplementares que vão mudando as formas de ser do Homem e tais acréscimos tanto podem resultar do que a vida ensina como do que se obtém com a leitura e também em grande escala, resulta de um factor que não obedece à vontade própria: a sorte.
O sair a lotaria, por exemplo, a quem atravessa a vida lutando com dificuldades tem, forçosamente, que provocar alguma alteração comportamental no indivíduo bafejado por essa dita. Não tem de ser sempre para uma melhoria do chamado feitio. Pode até ocorrer o contrário mas, seja como for, o que é certo é que se verifica uma mudança. Já a inversa, o perder uma fortuna repentinamente, passando a ter fome quem antes vivia na abastança, tal situação ocasiona, de uma forma, maior aceitação por parte dos atingidos. Aí, não foi a sorte que interferiu, foi a falta dela. Ou de outra coisa, como aquela que se chama de má cabeça.
Seja como for, o ser humano vai-se modificando com o andar dos anos. Vai refinando os maus sentimentos existentes de origem, aguça a malandragem que transporta no seu íntimo, fica pior do que era. Raramente se mantém igual a antes. Mas o contrário, o passar de ruim a boa pessoa, como se chama vulgarmente, ser tratável quem anteriormente ninguém suportava, perder o azedume habitual de outros momentos, diminuir o envinagramento, tudo isso não é tão vulgar. Mas também acontece.
Há excepções? Pois há. Qualquer regra não tem obrigatoriamente que ser cumprida pela generalidade das pessoas. O disfarce é uma grande defesa do Homem.
Para tentar mostrar aquilo que não é. Para não se desnudar perante o mundo. São as subtilezas do ser humano.
Ninguém se cria a si próprio. Todos aparecemos feitos. Por dentro e por fora. O interesse pelo saber e o desenvolvimento da cultura cria, na verdade, camadas de tecido que se cola à forma original. O que está por baixo vem do começo, embora possa ser disfarçado, com o andar dos anos, devido às carapaças que se vão sobrepondo.
Ora, são essas roupagens suplementares que vão mudando as formas de ser do Homem e tais acréscimos tanto podem resultar do que a vida ensina como do que se obtém com a leitura e também em grande escala, resulta de um factor que não obedece à vontade própria: a sorte.
O sair a lotaria, por exemplo, a quem atravessa a vida lutando com dificuldades tem, forçosamente, que provocar alguma alteração comportamental no indivíduo bafejado por essa dita. Não tem de ser sempre para uma melhoria do chamado feitio. Pode até ocorrer o contrário mas, seja como for, o que é certo é que se verifica uma mudança. Já a inversa, o perder uma fortuna repentinamente, passando a ter fome quem antes vivia na abastança, tal situação ocasiona, de uma forma, maior aceitação por parte dos atingidos. Aí, não foi a sorte que interferiu, foi a falta dela. Ou de outra coisa, como aquela que se chama de má cabeça.
Seja como for, o ser humano vai-se modificando com o andar dos anos. Vai refinando os maus sentimentos existentes de origem, aguça a malandragem que transporta no seu íntimo, fica pior do que era. Raramente se mantém igual a antes. Mas o contrário, o passar de ruim a boa pessoa, como se chama vulgarmente, ser tratável quem anteriormente ninguém suportava, perder o azedume habitual de outros momentos, diminuir o envinagramento, tudo isso não é tão vulgar. Mas também acontece.
Há excepções? Pois há. Qualquer regra não tem obrigatoriamente que ser cumprida pela generalidade das pessoas. O disfarce é uma grande defesa do Homem.
Para tentar mostrar aquilo que não é. Para não se desnudar perante o mundo. São as subtilezas do ser humano.
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