sábado, 26 de junho de 2010

CADA UM PENSA POR SI


DEVO CONFESSAR abertamente que, nesta altura, ainda não defini para mim próprio qual a preferência que assumirei quando chegar a altura de depositar o meu voto na próxima eleição presidencial. Julgo que tenho dado provas, ao longo da minha vida, na parte que se pode considerar de mostra pública, como jornalista e, sobretudo, como responsável editorial de jornais, de que nunca fugi à obrigação de comportamento ético, não me deixando influenciar por conveniências pessoais ou por tentações de ajudar quem quer que fosse em detrimento da verdade e da linha honesta de actuação.
E digo isto porquê? Pois, porque tendo assistido a uma entrevista televisiva concedida pelo candidato independente às próximas eleições para Belém, do médico Fernando Nobre, pessoa que ainda não tive ocasião de conhecer pessoalmente, devo afirmar, sem hesitações, que me agradou sobremaneira a forma serena e as palavras proferidas por esta personalidade e que, se ele fosse o único concorrente ao lugar em causa, não hesitaria em conceder-lhe alguma esperança, ficando consciente de que iria desempenhar positivamente as suas funções.
Mas, analisando a situação com absoluta independência e, sobretudo, consciencializando-me no que respeita ao panorama geral dentro do concreto que será o acto em si na altura própria, não posso pôr de parte a realidade da situação, ou seja, levar em conta que um dos candidatos é o actual Presidente da República, o que significa um patamar vantajoso e que, atendendo ao que se passou nas edições anteriores, em que a repetição de um mandato representa, de algum modo, certa garantia de vitória, e que, por outro lado, existe um concorrente que obterá o apoio do Partido Socialista e do Bloco Central, para além de um número não muito concreto de votantes que não apreciem muito o locatário Cavaco Silva, em face disso terei de aguardar pelas propostas que cada um seguramente apresentará ao longo das suas campanhas para só depois tomar a minha decisão, muito embora, não o escondo, não seja apenas por aí que este nosso País poderá tentar emendar muitos dos seus erros, pois a governação é que tem meios mais concretos para, dentro das suas muitas limitações, fazer com que a linha de actuação possa ser o menos equivocada possível.
Mas, enfim, a esta distância, sendo todos nós obrigados a suportar os disparates e as trapalhadas – como agora se chama – dos que dispõem de alguns poderes, não sendo possível antever qual, nessa altura, será a situação concreta que se viverá, poderemos, até lá, ir saltitando de uma para outra preferência e poder fazer mentalmente o ensaio da escolha, de acordo com as “promessas” habituais em tais situações.
De qualquer modo, repito que a entrevista do Fernando Nobre me deixou uma boa impressão. Acima de tudo porque não falou mal de nenhum dos seus oponentes, por sinal os dois com possibilidade de recolher um maior número de votos, dado que contam com suportes que a este não cabem.
Mas como este blogue não pretende ser propagandista de nenhum dos proponentes a Belém e como a dúvida é importante que exista na cabeça dos portugueses, que devem pensar pelas suas próprias mentes e não influenciados por quaisquer recomendações exteriores, deixo aqui apenas e só uma opinião momentânea, pois daqui até ao dia das votações ainda passarão muitos dias e muitas noites e sabe-se lá o que vai acontecer até tal momento.
Uma vez mais proclamo que por milagres não podemos esperar. Os homens são senhores dos seus actos e responsáveis pelas decisões que tomam. O queixarem-se depois de que se enganaram nas escolhas não soluciona nenhum problema.

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