domingo, 7 de março de 2010

E O TEMPO VAI PASSANDO...


PARA ALÉM do que se vai tomando conta pelas noticias diárias dos jornais, sempre algo de novo e de mais minucioso se lê nos fins de semana, através de uns tantos periódicos que pretendem – e, por vezes, conseguem – levar os leitores a tomarem posições, especialmente por intermédio dos comentadores que gozam da fama de se encontrarem melhor informados e de transmitirem, com verdades ou com sugestões e meias palavras, mais algumas achas para a fogueira política que se alarga por esta mata, cansada de sensacionalismos, e que tem um nome, apesar de tudo ainda muito querido por todos nós: Portugal.
Não podemos deixar de reconhecer que não é vulgar existir um País que sustente um primeiro-ministro durante tanto tempo com tão ferozes acusações ou, no mínimo, suspeições de diferentes matrizes, desde a incompetência até à falta de honestidade, como é o que se passa com José Sócrates. Muitos outros casos que se passaram em países como a Grã-Bretanha, por exemplo, não tendo atingido graus de tanta gravidade e persistência, foram bastantes para que os próprios não se tivessem mantido nos lugares, optando pelo afastamento voluntário para sossego dos cidadãos naturais.
De facto, a falta de transparência que tem sido uma constante deste Governo que navega, nesta altura, com clara ausência de iniciativas, ao ponto do seu Chefe não se incomodar em manter uma agenda de viagens internacionais com uma intensidade que, no mínimo, é incompreensível que tenha sido estabelecida sabendo-se que a sua presença no posto caseiro seria o mais aconselhável, sobretudo para quem não se disponha a voltar as costas aos graves problemas que afectam a Nação, tudo isso está a contribuir para que os portugueses se vejam abandonados e pressintam que os males maiores que se prevêem não tenham quem lhes ponha um travão, a tempo e com inteira responsabilidade.
Se Sócrates se deslocou a Moçambique e nem assistiu à greve geral da função pública que ocorreu por cá e se tem programadas idas à Líbia, à Argélia, à Tunísia, aos E.U.A. e depois ao Brasil, não é também o seu desgaste político que, em consciência, o não leva a fazer tudo para dar mostras de que não há razões para que os portugueses se sintam vazios de um poder que os deixa entregues a si próprios. E isso, na mesma altura em que o Presidente da República se tenha deslocado em visita à Catalunha e a Andorra. Tudo passeatas que, segundo parece, não podiam, de nenhuma maneira, ser transferidos para momento mais tranquilo…
Que importa, pois, que se ande a proclamar através de tudo que se considera ser comunicação social e que esteja já na boca da população, que José Sócrates é mentiroso? Se são os políticos de todas as facções, não pertencentes ao PS, que o apontam como não merecendo crédito as suas declarações, mesmo que elas sejam proferidas na Assembleia da República, que mais é preciso para que um primeiro-ministro que se preze se prontifique a enfrentar pessoalmente os seus atacantes e utilize todos os meios de que possa dispor para tirar todas as dúvidas, com elementos convincentes? Não era o que faria qualquer pessoa que se encontrasse em idênticas circunstâncias e tivesse consciência da sua absoluta inocência?
Ainda por cima com uma crise que também envolve o PSD e perante os pequenos partidos que não têm condições para actuar por sua própria conta para interferir na salvação do País, e em que as datas que e aproximam não são as mais aconselháveis para que o Presidente da República tome a iniciativa de interferir na mudança do Executivo, com eleições antecipadas ou outra medida com igual efeito, pois isso iria complicar ainda mais a imagem externa portuguesa dado que, já por si, por se encontrar o País tão endividado, não é aconselhável que aumentem as desconfianças dos credores já existentes, sendo assim e como se aguarda que, na próxima segunda-feira seja mostrado finalmente o conteúdo do Plano de Estabilidade e Crescimento, para que o País fique a saber quais são os passos que vão ser propostos, então, neste fim de semana, só nos resta esperar, pacientemente mas preocupados, pelo que vai ser o seguimento deste folhetim doloroso de que estamos a ser espectadores e de que sofreremos as consequências.
É o que há para dizer neste domingo, que não será pleno de Sol escaldante, pois que nem a meteorologia tem ajudado a que os ânimos se desanuviem nesta Terra que já foi um lugar de clima temperado. Ao menos isso!...

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