terça-feira, 2 de março de 2010

HÁ MALES....



HÁ QUE DIZÊ-LO, sem medo de sermos olhados como lamechas, pois se apontamos os erros que transportamos desde a nossa nascença como povo, também as virtudes, que nos acompanham ao longo de igual período, essas saltam à vista cada vez que as oportunidades se nos deparam, embora em menor quantidade. Também, se fossem apenas de defeitos as nossas características, mais valia que mudássemos quanto antes de nacionalidade, pois que as perspectivas de nos transformarmos em algo de útil para nós mesmos estariam definitivamente perdidas.
É certo que perdemos com bastante frequência todas as esperanças e nos entregamos ao desânimo que não nos ajuda a arregaçar as mangas e a darmos a tal volta por cima, mas, quando menos esperamos, um acontecimento inesperado transforma-nos em gente igual às outras, tão boa e tão má como a que existe por esse mundo fora e, de certa maneira, até com algumas qualidades que nos distinguem para melhor.
Então não foi isso que se passou com o desastre que deixou a Ilha da Madeira numa situação que nos atingiu a todos, aqui no Continente, de lágrima ao canto do olho e com o maior desejo de ajudar os que tanto precisam do nosso auxílio? E, no que respeita aos próprios habitantes das zonas madeirense que foram atingidas drasticamente pelo excesso de água que ali se verificou, não foi revelada uma actuação que nos tem de deixar a todos nós, portugueses, deslumbrados com a capacidade de trabalho e de recuperação do muito destruído que foram mostradas pelos que viram as suas casas afundadas, os seus negócios destroçados e até as vidas de parentes e amigos perdidas?
Pois, é neste modesto blogue que eu entendo dever fazer o meu acto de contrição no que respeita às críticas que deixo expressas sempre que, não conformado, tenho de chamar a atenção dos que nos governam e dos que são governados para os maus caminhos que são percorridos. Reconheço que, nessas ocasiões, não escondo a minha indignação, sobretudo quando existem formas de solucionar os problemas e não se vê que alguém, os que mandam e os que obedecem, faça o mínimo de esforço para melhorar o que está mal.
E agora? Nesta ocasião tão especial? Não é verdade que servimos de exemplo com a actuação que se verifica na nossa querida Madeira?
Pois, foi necessário acontecer uma desgraça para até podermos ter assistido a um Alberto João Jardim a redimir-se da sua linguagem e da sua sempre continuada posição de reclamante em relação ao que é decido no Governo da República, como ele tantas vezes diz. E apareceu uma pessoa normal, procurando encaixar-se no consenso, pondo de lado quezílias políticas e pessoais, dando as mãos ao conjunto de País que somos e sem espírito separatistas.
Há males que vêm por bem, é o apanágio popular que, também este tem aplicação na altura em que é relembrado. Pois sendo assim, talvez tenha surgido o momento para que todos nós, os que governam e os outros, tenhamos capacidade para fazer como os madeirenses e empregar todos os esforços ao nosso alcance para sairmos desta tempestade em que temos vivido. Há que lavar as ruas, reconstruir o destruído, emendar os erros feitos, tudo isso, mas, sobretudo, pôr a cabeça em ordem…

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