ULTRAPASSADO que está o susto de não se ver a aceitação maioritária, no Parlamento, do Orçamento do Estado, pois nenhum partido correu o risco de assumir a responsabilidade de fazer cair o Governo actual e com isso provocar eleições – que seria um presente envenenado a quem viesse a vencer de seguida e fosse obrigado a tomar conta de um Executivo com a tarefa de tomar conta de um País num período que será, sem dúvida, um dos mais difíceis da História política, económica e social portuguesa dos últimos tempos -, passada, pois, essa preocupação, como o tempo corre velozmente logo surgiu a data da comemoração dos cem dias de governação socratiana, neste seu segundo mandato.
Pois bem, neste País em que qualquer situação serve de motivo para uma comemoração, com o festim, maior ou menor que a data proporciona, tal tinha que suceder. E lá se aproveitou para se colocar a primeira pedra no local para onde vai ser transferido o Museu dos Coches, com a pompa e a circunstância que serviram para José Sócrates e a sua vasta comitiva fazerem folga na procura de soluções para os problemas graves e urgentes que há que enfrentar, sem descanso, nesta nossa Terra. E o momento foi aproveitado também, como os bajuladores tanto gostam, para ouvir as bacoradas do costume proferidas pelo primeiro-ministro. Só que ninguém pensou no tempo perdido com tal acto, especialmente porque não se tratou de uma acção considerada urgente, pois o Museu, onde se encontra há imensos anos, podendo não ser o ideal poderia muito bem esperar por uma ocasião onde todos os gastos devem ser evitados pois fazem falta para atender a inúmeras situações de absoluta urgência.
E é isto o País que temos. E é este o Governo que nos calhou, por sinal escolhido pelos portugueses. Toda a atenção que é forçoso dedicar e para o que já estamos largamente atrasados para vencer a crise, fazendo sobressair dessa tarefa o enorme perigo, que está mais perto do que imaginamos. O de o dinheiro para pagar as reformas começar a dar mostras de, dentro de certo tempo, não vir a ser suficiente para atender os cada vez em maior número de retirados da vida activa pela idade, sendo que, para que isso possa ser evitado, e até mesmo retardado o mais possível, se tenham que encarar as situações que nos estão a bater à porta há largo tempo e sejam postas por ordem de urgência todas as que fazem parte da longa lista de malefícios.
A redução do défice público situa-se nos primeiros lugares desse rol, bem como o ataque ao desemprego tem de figurar também na prioridade das prioridades, logo seguido do fomento da exportação (para o que o organismo chamado agora AICEP, existente há muitos anos sem a letra inicial A, que foi só a mudança que se verificou, seja chamado à responsabilidade de efectuar um trabalho positivo e com resultados à vista, pois é esta instituição que tem a obrigação de abrir portas e de lutar pelo estudo das possibilidades de vendas dos produtos portugueses no estrangeiro, assim como no capítulo de procurar investidores de fora para dentro).
Mas outros temas têm de ser encarados com toda a coragem, como é o caso da Madeira, em que as “birras” de Jardim devem ser denunciadas e havendo que chamá-lo publicamente à realidade da situação financeira de Portugal, de que a Madeira faz parte.
O que o conjunto governativo de Sócrates deverá fazer é deixar-se de fantasias folclóricas e meter cabeça e ombros à tarefa de tudo fazer para que a situação dificílima que atravessamos seja alterada, por mais impopulares que tenham der ser os meios utilizados, sempre, claro, dentro dos preceitos democráticos.
O Plano de Estabilidade e Crescimento, que vai até 2013, título muito falado mas cujo conteúdo minucioso não é do conhecimento da generalidade dos cidadãos, por forma a mostrar que há motivos para, apesar de tudo, reinar ainda, por pouca que seja, alguma esperança, mas sempre divulgando a verdade dos factos, não escondendo nada e chamando os portugueses a participarem na luta que tem de ser conjunta, tal Plano pode talvez constituir aquilo que o Governo entende ser uma saída. Provavelmente a única. Oxalá não esteja mais uma vez enganado.
Mas, ainda duas palavras para referir o almoço realizado nas instalações do primeiro-ministro, em que foram convidados todos os elementos femininos do Executivo actual. Tratou-se de mais uma fantasia de Sócrates. Este homem não consegue ter uma ideia que seja a tradução de uma boa cabeça, de uma noção correcta das acções correctas. Que interessa fazer esta diferença, que talvez tivesse justificação se fosse Santana Lopes o chefe do Governo, dando largas à atracção indesmentível do referido político pelo sexo oposto?
Mas é com isto que vamos assistindo ao desmoronamento de um País que tanto custou a erguer. Fica-se contente por saber que a Grécia está muito pior do que nós, que a Espanha tem mais desempregados do que deste lado do fronteira, que a nossa área marítima é a maior da Europa (mesmo que não a saibamos utilizar). Mas, quanto ao resto, é o que sabemos e é ao que assistimos.
Cem dias passaram. Mais de três meses. E, entretanto, nada ocorreu que possa constituir um activo de bom trabalho levado a cabo pelo elenco de Sócrates. E não se trata de perseguição ao homem. Não há já tempo para estes pormenores. Mas que a aflição vai aumentando e que o fim da linha não está muito longe, lá isso…
O que se passará em Portugal daqui a cem anos? Haverá algum sábio, desses que usufruem nesta altura de bons rendimentos salariais e de pensões, que seja capaz de prever o futuro?
Pois bem, neste País em que qualquer situação serve de motivo para uma comemoração, com o festim, maior ou menor que a data proporciona, tal tinha que suceder. E lá se aproveitou para se colocar a primeira pedra no local para onde vai ser transferido o Museu dos Coches, com a pompa e a circunstância que serviram para José Sócrates e a sua vasta comitiva fazerem folga na procura de soluções para os problemas graves e urgentes que há que enfrentar, sem descanso, nesta nossa Terra. E o momento foi aproveitado também, como os bajuladores tanto gostam, para ouvir as bacoradas do costume proferidas pelo primeiro-ministro. Só que ninguém pensou no tempo perdido com tal acto, especialmente porque não se tratou de uma acção considerada urgente, pois o Museu, onde se encontra há imensos anos, podendo não ser o ideal poderia muito bem esperar por uma ocasião onde todos os gastos devem ser evitados pois fazem falta para atender a inúmeras situações de absoluta urgência.
E é isto o País que temos. E é este o Governo que nos calhou, por sinal escolhido pelos portugueses. Toda a atenção que é forçoso dedicar e para o que já estamos largamente atrasados para vencer a crise, fazendo sobressair dessa tarefa o enorme perigo, que está mais perto do que imaginamos. O de o dinheiro para pagar as reformas começar a dar mostras de, dentro de certo tempo, não vir a ser suficiente para atender os cada vez em maior número de retirados da vida activa pela idade, sendo que, para que isso possa ser evitado, e até mesmo retardado o mais possível, se tenham que encarar as situações que nos estão a bater à porta há largo tempo e sejam postas por ordem de urgência todas as que fazem parte da longa lista de malefícios.
A redução do défice público situa-se nos primeiros lugares desse rol, bem como o ataque ao desemprego tem de figurar também na prioridade das prioridades, logo seguido do fomento da exportação (para o que o organismo chamado agora AICEP, existente há muitos anos sem a letra inicial A, que foi só a mudança que se verificou, seja chamado à responsabilidade de efectuar um trabalho positivo e com resultados à vista, pois é esta instituição que tem a obrigação de abrir portas e de lutar pelo estudo das possibilidades de vendas dos produtos portugueses no estrangeiro, assim como no capítulo de procurar investidores de fora para dentro).
Mas outros temas têm de ser encarados com toda a coragem, como é o caso da Madeira, em que as “birras” de Jardim devem ser denunciadas e havendo que chamá-lo publicamente à realidade da situação financeira de Portugal, de que a Madeira faz parte.
O que o conjunto governativo de Sócrates deverá fazer é deixar-se de fantasias folclóricas e meter cabeça e ombros à tarefa de tudo fazer para que a situação dificílima que atravessamos seja alterada, por mais impopulares que tenham der ser os meios utilizados, sempre, claro, dentro dos preceitos democráticos.
O Plano de Estabilidade e Crescimento, que vai até 2013, título muito falado mas cujo conteúdo minucioso não é do conhecimento da generalidade dos cidadãos, por forma a mostrar que há motivos para, apesar de tudo, reinar ainda, por pouca que seja, alguma esperança, mas sempre divulgando a verdade dos factos, não escondendo nada e chamando os portugueses a participarem na luta que tem de ser conjunta, tal Plano pode talvez constituir aquilo que o Governo entende ser uma saída. Provavelmente a única. Oxalá não esteja mais uma vez enganado.
Mas, ainda duas palavras para referir o almoço realizado nas instalações do primeiro-ministro, em que foram convidados todos os elementos femininos do Executivo actual. Tratou-se de mais uma fantasia de Sócrates. Este homem não consegue ter uma ideia que seja a tradução de uma boa cabeça, de uma noção correcta das acções correctas. Que interessa fazer esta diferença, que talvez tivesse justificação se fosse Santana Lopes o chefe do Governo, dando largas à atracção indesmentível do referido político pelo sexo oposto?
Mas é com isto que vamos assistindo ao desmoronamento de um País que tanto custou a erguer. Fica-se contente por saber que a Grécia está muito pior do que nós, que a Espanha tem mais desempregados do que deste lado do fronteira, que a nossa área marítima é a maior da Europa (mesmo que não a saibamos utilizar). Mas, quanto ao resto, é o que sabemos e é ao que assistimos.
Cem dias passaram. Mais de três meses. E, entretanto, nada ocorreu que possa constituir um activo de bom trabalho levado a cabo pelo elenco de Sócrates. E não se trata de perseguição ao homem. Não há já tempo para estes pormenores. Mas que a aflição vai aumentando e que o fim da linha não está muito longe, lá isso…
O que se passará em Portugal daqui a cem anos? Haverá algum sábio, desses que usufruem nesta altura de bons rendimentos salariais e de pensões, que seja capaz de prever o futuro?
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