NUM PAÍS de dez milhões de habitantes quantos haverá que não têm consciência de que a roubalheira se instalou aqui onde vivemos hoje e que, em cada escalão social, esse extrair de valores que pertencem aos outros toma um nome
Aquele que rouba para satisfazer necessidades básicas, a esse chama-se simplesmente ladrão. Começa por meter no bolso o que lhe aparece à mão e que, perante a facilidade em executar tal acção, se apresenta como um convite aos que não têm escrúpulos, e que, com o hábito, vai assumindo proporções mais rotineiras. Assim se formam os gatunos que, por sua vez, ao actuarem em companhia, formam os “gangues”, também denominados quadrilhas.
E esses agrupamentos de malfeitores ainda se classificam por diferentes características. Há os que se limitam ao rapinanço puro, seja por roubos das carteiras nos transportes públicos, os dos classificados “esticões”, como aqueles que se introduzem nas casas alheias, mas só quando as mesmas não estão ocupadas.
Mas, mais perigosos são os que usam de meios violentos, como os modernos “carjackings”, assim como a introdução em residências com os proprietários lá dentro, o que leva a que se processem agressões e exigências para lhes serem entregues valores. Isto, para não falar dos assaltos a estabelecimentos comerciais, joalharias mas já não só, em pleno dia e com o uso de armas e que já provocaram mortes.
Por isso justifica-se a questão que ponho logo no início deste texto, de saber se existe plena consciência por parte da população nacional do estado a que chegámos por cá no capítulo da insegurança em que se vive nos tempos correntes e isso também devido à variedade de sistemas que são usados para apanhar os desprevenidos e deixá-los queixosos de terem sofrido as consequências dos “amigos do alheio”.
Porque ainda há outro meio que, sendo mais sofisticado, é utilizado cara a cara, entre ladrão e roubado: o do conto do vigário, que, valha a verdade, requer grande força de persuasão e convencimento do roubado.
Mas o que atingiu em Portugal proporções nunca imagináveis noutros períodos passados – embora essa forma seja antiga, mas mais rara do que sucede hoje -, é a via da apropriação de valores, geralmente excessivamente vultosos, que são extraídos de empresas, do próprio Estado, de bancos e que, pelas formas sofisticadas que se impõem, só podem ser executadas por figuras bem situadas no meio social e até com posições destacáveis no ambiente da política. A isso dá-se pomposamente o nome de corrupção, sendo que, na maioria dos casos, é necessário existirem pelo menos dois intervenientes, o do corruptor e o do corrompido.
Atravessamos neste momento um período em que são várias as situações que se impõe que sejam rapidamente esclarecidas judicialmente. A comunicação social tem trazido a lume variadas poucas-vergonhas que, a exemplo de outras já antigas que se arrastam por caminhos tortuosos, deixa-nos a impressão que nunca serão solucionadas. Os autores saem sempre impunes por pertencerem ao grupo dos “colarinhos brancos”.
É vergonhoso o que ocorre nesta Terra que sempre foi pobre, mas que nesta altura atravessa um período ainda mais difícil de ultrapassar. Seria natural que aqueles que se situam em lugares cimeiros na política se envergonhassem do que toda a gente sabe que se passa. E não deixasse que a Justiça continuasse a actuar da forma vergonhosa como se comporta, não arrastando os casos que se prolongam indefinidamente. É preciso enumerá-los? Já nem me refiro ao da Casa Pia. E ao da Freeport? E a todos os outros que acabam por prescrever, parece que de propósito para ninguém ser acusado de nada!...
Com Governo novo ou com todos os antigos, nunca houve ninguém que chamasse a si tamanhas poucas-vergonhas e se prontificasse a defrontar os problemas, pegando-lhes pela cabeça e não desistindo de os ver solucionados. Bem se sabe que essa posição fazia e faz correr riscos, com consequências que podem ser depois difíceis de vencer.
Portugal está condenado a ter de aceitar as faltas de coragem políticas para pôr as coisas em ordem. A tal valentia que existiu no período das descobertas esgotou-se e não sobrou nada para agora… que tanta falta nos faz!
Aquele que rouba para satisfazer necessidades básicas, a esse chama-se simplesmente ladrão. Começa por meter no bolso o que lhe aparece à mão e que, perante a facilidade em executar tal acção, se apresenta como um convite aos que não têm escrúpulos, e que, com o hábito, vai assumindo proporções mais rotineiras. Assim se formam os gatunos que, por sua vez, ao actuarem em companhia, formam os “gangues”, também denominados quadrilhas.
E esses agrupamentos de malfeitores ainda se classificam por diferentes características. Há os que se limitam ao rapinanço puro, seja por roubos das carteiras nos transportes públicos, os dos classificados “esticões”, como aqueles que se introduzem nas casas alheias, mas só quando as mesmas não estão ocupadas.
Mas, mais perigosos são os que usam de meios violentos, como os modernos “carjackings”, assim como a introdução em residências com os proprietários lá dentro, o que leva a que se processem agressões e exigências para lhes serem entregues valores. Isto, para não falar dos assaltos a estabelecimentos comerciais, joalharias mas já não só, em pleno dia e com o uso de armas e que já provocaram mortes.
Por isso justifica-se a questão que ponho logo no início deste texto, de saber se existe plena consciência por parte da população nacional do estado a que chegámos por cá no capítulo da insegurança em que se vive nos tempos correntes e isso também devido à variedade de sistemas que são usados para apanhar os desprevenidos e deixá-los queixosos de terem sofrido as consequências dos “amigos do alheio”.
Porque ainda há outro meio que, sendo mais sofisticado, é utilizado cara a cara, entre ladrão e roubado: o do conto do vigário, que, valha a verdade, requer grande força de persuasão e convencimento do roubado.
Mas o que atingiu em Portugal proporções nunca imagináveis noutros períodos passados – embora essa forma seja antiga, mas mais rara do que sucede hoje -, é a via da apropriação de valores, geralmente excessivamente vultosos, que são extraídos de empresas, do próprio Estado, de bancos e que, pelas formas sofisticadas que se impõem, só podem ser executadas por figuras bem situadas no meio social e até com posições destacáveis no ambiente da política. A isso dá-se pomposamente o nome de corrupção, sendo que, na maioria dos casos, é necessário existirem pelo menos dois intervenientes, o do corruptor e o do corrompido.
Atravessamos neste momento um período em que são várias as situações que se impõe que sejam rapidamente esclarecidas judicialmente. A comunicação social tem trazido a lume variadas poucas-vergonhas que, a exemplo de outras já antigas que se arrastam por caminhos tortuosos, deixa-nos a impressão que nunca serão solucionadas. Os autores saem sempre impunes por pertencerem ao grupo dos “colarinhos brancos”.
É vergonhoso o que ocorre nesta Terra que sempre foi pobre, mas que nesta altura atravessa um período ainda mais difícil de ultrapassar. Seria natural que aqueles que se situam em lugares cimeiros na política se envergonhassem do que toda a gente sabe que se passa. E não deixasse que a Justiça continuasse a actuar da forma vergonhosa como se comporta, não arrastando os casos que se prolongam indefinidamente. É preciso enumerá-los? Já nem me refiro ao da Casa Pia. E ao da Freeport? E a todos os outros que acabam por prescrever, parece que de propósito para ninguém ser acusado de nada!...
Com Governo novo ou com todos os antigos, nunca houve ninguém que chamasse a si tamanhas poucas-vergonhas e se prontificasse a defrontar os problemas, pegando-lhes pela cabeça e não desistindo de os ver solucionados. Bem se sabe que essa posição fazia e faz correr riscos, com consequências que podem ser depois difíceis de vencer.
Portugal está condenado a ter de aceitar as faltas de coragem políticas para pôr as coisas em ordem. A tal valentia que existiu no período das descobertas esgotou-se e não sobrou nada para agora… que tanta falta nos faz!
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