
CONFESSO-ME farto de andar a tomar conhecimento dos problemas que nos envolvem, a nós cidadãos do mundo, e, no meu caso, obviamente, ao que diz respeito ao que se passa aqui, em Portugal, que é o quinhão natal que tanto gostaria de ver entrar no bom caminho, já que, aquilo que aprendemos na História não nos empresta muito conforto, mesmo levando em conta os feitos heróicos que algumas figuras de enorme destaque e que não podem ser olvidadas pelas gerações que estudam nas escolas, sobretudo nas primárias – e continuo a chamar-lhes assim, porque não me conformo em dar-lhes outra classificação -, e que, por isso mesmo, deveriam servir de exemplo para mostrar a estrada que nos falta percorrer e que, nesta altura, se situa numa encruzilhada de que ninguém se pode alvorar em adivinho do que será o amanhã, repito, farto de tomar conhecimento e de constatar a falta de medidas que alterem o que está a durar há excessivo tempo, entendo que se impõe mudar de forma de encarar a vida, especialmente por me encontrar já na situação de reformado.
É que eu, que não escondo e não disfarço a angústia que me vai no interior de não descortinar por aí portugueses exemplares que mostrem capacidade para nos tirar do buraco em que fomos enfiados, que, por mais que mudem as figuras de destaque no comando do nosso barco, não consigo retirar uma só que alastre confiança para, com bom senso, inteligência, capacidade organizativa, verdade e, bastante acima de tudo, de honestidade para merecer a confiança dos sacrificados lusitanos, mantendo este ponto de vista interrogo-me se valerá a pena continuar na senda de debitar num blogue, num livro ou num jornal – pois todas as formas já foram por mim utilizadas – e, apesar de me satisfazer o ego lançar para o exterior aquilo que mantenho na cabeça, que ainda funciona regularmente, cada vez me convenço mais de que se trata de tempo perdido e que, por outro lado, não sei se os eventuais leitores tiram algum proveito do meu esforço.
Sim, porque os nossos compatriotas talvez nem mereçam que um indivíduo se entregue a este trabalho, pois as reacções que recebo pelo eventual seguimento dos meus dislates não compensam a intenção que ponho neles. Este é um povo que nem faz nem liga ao que os outros fazem e se não vislumbram algum proveito com a adesão a uma causa – a menos que seja uma caravana sindical -, deixam-na cair e olham para o lado.
Talvez, por isso, vá dedicar maior atenção aos meus poemas do que aos textos que têm como preocupação principal chamar a atenção para o que nos rodeia e tem intervenção directa na vida que levamos por cá.
Deixem-me desabafar hoje desta maneira. Deixem-me ser sincero, ainda que possa não ter toda a razão do mundo. De facto, embora muitos dos blogues que eu leio não me pareçam nada merecedor de louvor excessivo, ainda que sejam originários de figuras bastante conhecidas no mundo da política, e se encontrem na lista dos que contam com milhares de leitores, eu, que não sou nada de louvar o que faço, sempre conservo uma determinada confiança quanto ao préstimo do que escrevo.
Deixem-me, por uma vez, olhar para o meu umbigo!...
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