quarta-feira, 14 de outubro de 2009

PROMESSAS HÁ MUITAS!



SÃO BASTANTE conhecidas as afirmações feitas pelos políticos, quando desejam receber das populações o seu apoio para obterem algum proveito em competições em que se encontrem envolvidos e que dependa da força do voto. Nisso há até campeões, dos que não hesitam em garantir feitos futuros, dos mais difíceis de conseguir, sem levarem em conta de que o que prometem não têm maneira de concretizar. Mas como fazer promessas não custa, bastando apenas ter a chamada “lata”, é esse o procedimento de muitos dos que sobem ao palanque para lançar esperanças infundadas que depois logo se vê se o povo se lembra do que foi dito.
Cada vez que se realizam eleições, nos períodos chamados de campanhas, surgem variadíssimos ofertantes de benesses que não têm receio em afiançar que o que fica prometido é para depois ser cumprido. E a verdade, dura e crua, aparece depois e o desconsolo também. Mas, segundo um princípio político, quem não promete não ganha eleições e não consegue ser aplaudido pelos cidadãos.
Não vou aqui apontar casos que retenho na memória e que, ao longo da minha vida jornalística, roçaram por mim e me deram para receber vários piscar de olhos de prometedores que sabiam, tal como eu, que não se tratava de algo para ser levado a sério. Por agora, quero somente enumerar a lista que António Costa tornou pública e que se diz disposto a levar a cabo.
São as seguintes: criação de uma rede de eléctricos rápidos, com ligação a Alcântara, Ajuda e Restelo; instalar, por toda a Lisboa, mil postos de abastecimento de automóveis eléctricos; plantar cinco mil árvores por ano em arruamentos e a criação de parques e hortas urbanas em diferentes pontos lisboetas; criar 76 novas creches; criar o programa Apoio/Lisboa, para atender, 24 horas por dia, serviços para pequenas reparações domésticas; dinamizar o mercado habitacional de Lisboa para garantir casas mais baratas para jovens casais; um projecto-piloto para que defenda um comércio étnico na avenida Almirante Reis, com uma feira semanal no largo do Intendente e no Martim Moniz; projectar Lisboa no mundo, fazendo da capital uma cidade Erasmus, para atrair estudantes universitários, de forma a fazer “novos embaixadores” das tradições lisboetas pelo resto do mundo; através de uma aplicação na Internet, chamada “Na Minha Rua”, onde se poderá assinalar a necessidade de intervenção dos serviços municipais; por último, requalificar o Mercado da Ribeira, através de bancadas que dignifiquem os produtos para venda.
E aqui fica o que foi tornado público por António Costa, ao qual não faço comentários, nem de apoio nem de repúdio. Basta-me ver se a palavra dada pelo repetente Presidente camarário vai ser cumprida.
Mas, não resisto a sublinhar o aspecto de que Costa não dedica nem uma só palavra ao que se encontra num completo abandono e que são as ruas de circulação de automóveis e os passeios em que os peões sofrem autênticas torturas. Não repito aqui o que tem sido uma constante nos meus escritos. Quem me lê sabe a que me refiro.
Por sinal, também Santana não se esqueceu de fazer menção destes “pormenores”. Por aqui se vê como andam distraídos os nossos autarcas.

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