sexta-feira, 2 de outubro de 2009

GANHAR AUTÁRQUICAS



Vai parecer uma presunção aquilo que eu vou aqui escrever e talvez seja, mas quando se faz uma afirmação completamente convicto de que não se andará muito longe da verdade, neste caso sempre se pode aplicar uma certa dose de desculpa, sobretudo se não se compreende o motivo por que os múltiplos candidatos às eleições autárquicas que tem havido e agora se perfilam para novas eleições não se lembraram, nenhum deles até agora, de incluir nos seus programas uma tão simples forma de convencer, neste caso os lisboetas, de que se trata de uma simples propostas que caria no agrado de uma enorme maioria.
Vou já explicar aquilo a que me refiro. Como saberão os leitores habituais dos meus diversos escritos, já neste blogue mas, desde sempre, em várias colunas dos jornais, para não falar já naquele de que fui director, “o País”, uma luta permanente que tenho mantido é contra aquilo a que se chama de “calçada à portuguesa” e que, nem mais nem menos, do que ver pedras colocadas uma à uma e acertadas nas mãos dos calceteiros, por esses operários que, de cócoras, se vêm, desde tempos recuados, a fazer esse trabalho tão pouco estético, e cujo resultado é o de andarem os peões a torcer permanentemente os pés, sobretudo as mulheres, com os seus sapatos de saltos, e em que, com frequência, se magoam tornozelos, quando não levam ao chão os mais idosos. Isso, porque as pedras nem sempre ficam direitinhas no solo, mas, quando isso não sucede, com os tempos vão saindo dos lugares e logo um buraco é aberto, com a terra a espalhar-se pelas calçadas. E assim fica por tempos infinitos.
É bonito, sim senhor, ver os desenhos em pedra preta que dão feitos com moldes e que, em locais centrais, como o Rossio, os Restauradores, até o Terreiro do Paço e outros bem situados, dentro e fora da capital, se justificam, obrigando a que exista uma vistoria assídua para emendar o que, com o tempo, se vai alterando. Quanto a esta atitude estou perfeitamente de acordo, não desculpando, no entanto, que o desmazelo tome conta de tais arranjos.
Agora, voltando ao assunto das candidaturas à presidência da Câmara Municipal de Lisboa, a minha proposta ganhadora se me colocasse na posição de concorrente era a de que, salvaguardando as excepções para os locais que merecessem essa referida calçada, me comprometeria a contratar com fábricas de placas com os desenhos que se vêem feitos com pedra e a fazer a aquisição desse material e a substituir o que hoje está espalhado pela ruas lisboetas. Se não existe ainda no nosso País tal indústria, pois seria muito fácil obter a informação lá fora, por exemplo em Espanha, e promover o fabrico entre nós, criando até postos de trabalho novos, onde seriam empregados os actuais calceteiros, aqueles que sobrassem da prática especializada de utilizar as pedras nas excepções que se abrissem.
Vamos a ver o que os proponentes para ocuparem os lugares cimeiros das câmaras municipais serão capazes de mostrar na fase da competição que devem aproveitar. E, no caso de Lisboa, não estou muito confiante que os situados no primeiro plano nessa disputa tenham a imaginação suficiente para apresentarem uma proposta semelhante. E como, provavelmente, não lêem este meu blogue, o que perdem é esta achega que aqui deixo.
Claro que os concorrentes que aguardam pelo dia das eleições autárquicas que se aproxima, esses também sabem tudo. E não precisam de se informar do que os cidadãos mais gostam! Para quê obterem esta informação?

Sem comentários: