sábado, 3 de outubro de 2009

ESCOLHER GOVERNO



Nas tentativas de se pretender adivinhar os nomes dos ministros do Governo findo que não repetirão os seus mandatos, os sábios politólogos que aparecem nas televisões e ocupam espaços nos jornais têm lançado alvitres e, de uma forma geral, lá vão coincidindo quase todos, dado que há nomes que, na verdade, só com grande falta de realismo de José Sócrates é que não chegou ele próprio à conclusão de que uns tantos mereciam, há já bastante tempo, ter partido para outras tarefas.
No caso da Educação, até eu me atrevo a afirmar que a Ministra, teimosa e turbulenta, não pode continuar naquele posto. Já chega de tamanho mau desempenho!
Quem vem a seguir, neste momento em que escrevo, não sei. Mas, seja quem for, uma coisa deveria vir na cabeça de quem substituir a Senhora que deu tão má conta de si: a necessidade absoluta de reduzir, de maneira substancial, toda a livralhada que a rapaziada é forçada a carregar todos os dias nas mochilas, não só pelo peso mas sobretudo pelo que custa aos encarregados de educação pagar elevadas verbas que, no tempo dos mais antigos, não atingiam, nem de longe nem de perto, as quantias que nesta altura são exigidas. Eu bem me lembro de que, tendo até uma irmã mais velha que andava um ano avançada dos meus estudos, e em que eu aproveitava bastante dos livros que tinham passado pelas suas mãos, o que queria dizer que a mudança de títulos não era tão grande e que se podiam aproveitar os utilizados na época anterior. A verdade também é que os desse tempo não aprendiam menos do que os estudantes de hoje. Alguém tem dúvidas?
Deixo, pois, aqui o alvitre que poderá ou não ser levado em conta pelo novo Ministério da Educação. Mas há outro na mesma área política e que considero da maior importância: para que, em Portugal, se enraíze no espírito dos mais jovens a prática da Democracia, ou seja o respeito pelas opiniões dos outros e o saber ouvir para, só depois, responder. E como é de pequenino que se torce o pepino, é desde as classes infantis que se deve começar a criar uma disciplina em que esse comportamento constitua uma maneira de tudo ser feito para se proceder à mudança daquilo que nós (e todos os povos latinos, de uma forma geral) temos dificuldade em utilizar no dia-a-dia.
Se Sócrates ficou tão ufano por ter imposto a aprendizagem da língua inglesa desde as escolas primárias, teria sido útil se lhe ocorresse proceder a esta modernização no ensino, começando ele próprio por dar umas espreitadelas às aulas, aceitando humildemente que os 35 anos depois da Revolução não foram ainda suficientes para que os portugueses se compenetrasse de que, mesmo com os três séculos que levam os ingleses com tal prática, ainda lhes foge, de vez em quando, o pé para se esquecerem de alguma das principais regras.
Oxalá, dentro das enormes dificuldades que vão surgir com a governação que se aproxima e sem maioria, o indicado primeiro-ministro consiga reunir um Executivo com gente que não seja apenas formada por um grupo de incompetentes. Eu, por mim, temo muito que haja escolhas mal pensadas. Já apareceu um nome que me faz duvidar bastante da qualidade dos escolhidos. É alguém que já foi do CDS, que já esteve num governo e fez muito má figura e está sempre disposto a ocupar um emprego desses. Eu aguardo.

Sem comentários: