
Bem sabemos que nestas coisas em que são chamados a intervir sindicato, estes, por sua vez, sujeitos a orientações políticas que advêm de radicalismos que nem sempre garantem defender melhor os interesses dos cidadãos que vivem do seu trabalho, em tais situações não é garantido que sejam encontradas as saídas mais convenientes nos desencontros que surgem com as empresas respectivas.
Este caso tornado público do conflito dentro da Autoeuropa, em que, alegando razões de economia de gastos com o pessoal, a construtora internacional de automóveis situada na outra banda de Lisboa, que até à data pagava o dobro do salário aos funcionários que exerciam a sua actividade aos sábados, propôs que esses mesmos trabalhadores passassem a receber o que paga todos os dias da semana, ou seja o ordenado singelo. E, como contrapartida desta medida, garantiu que não dispensaria, num prazo alargado, um número apreciável de colaboradoresa (cerca de 250) que ali se encontram em regime de trabalho provisório.
Abstenho-me de comentar esta proposta, pois prefiro pôr-me no lugar de um dos muitos trabalhadores que se reuniram em assembleia para decidir se aceitavam ou não a referida alternativa. É evidente que, situando-me no número dos que não se encontravam contratados a termo pré-estabelecido, teria que avaliar se me cabia o direito de pôr em causa a estabilidade desses colegas. E, nestas circunstâncias, nem hesitava em contribuir para que o seu problema ficasse solucionado.
O que ocorreu, no entanto? Da referida assembleia de trabalhadores saiu que havia que discutir com firmeza a decisão superior da administração da Autoeuropa, pois não foi encarada de ânimo leve a proposta de não continuar a ser pago em dobro o trabalho aos sábados. Isso, quando rumores que chegavam, provavelmente com o apoio das altas esferas empresariais na Alemanha, eram de que havia que tomar todas as precauções para evitar que a empresa em Portugal acabasse por ter fechar as portas e, nesse caso, não seriam duzentos e tal a ir para rua, mas umas centenas largas, ou seja a totalidade dos que ali exercem funções.
Dizem as notícias que este diferendo recorre de posições contrárias tomadas pela UGT e a UGTP, esta última colocando-se numa postura radical, o que aliás é seu costume de não atender às conveniências directas daqueles que têm os seus empregos em risco, preferindo actuar levada por princípios políticos que, mesmo merecendo alguma consideração, nem sempre atendem a esse princípio básico de que mais vale ceder alguma coisa do que perder tudo.
Se empresas internacionais, que tanto benefício oferecem ao nosso País, não só pela ocupação de muita mão-de-obra nacional, mas também pelas divisas que as suas exportações ocasionam, não são acarinhadas dentro das possibilidades que lhe podem ser conferidas, ainda que obtenham favoritismos superiores aos que recebem as portuguesas, o risco que se corre e que tem vindo a ser observado já com transferências de sociedades que fazem as malas e partem para outros países, é que continue a verificar-se essa fuga.
Há que pensar bem nisto, por muito que nos revolte a necessidade da nossa cedência…
Este caso tornado público do conflito dentro da Autoeuropa, em que, alegando razões de economia de gastos com o pessoal, a construtora internacional de automóveis situada na outra banda de Lisboa, que até à data pagava o dobro do salário aos funcionários que exerciam a sua actividade aos sábados, propôs que esses mesmos trabalhadores passassem a receber o que paga todos os dias da semana, ou seja o ordenado singelo. E, como contrapartida desta medida, garantiu que não dispensaria, num prazo alargado, um número apreciável de colaboradoresa (cerca de 250) que ali se encontram em regime de trabalho provisório.
Abstenho-me de comentar esta proposta, pois prefiro pôr-me no lugar de um dos muitos trabalhadores que se reuniram em assembleia para decidir se aceitavam ou não a referida alternativa. É evidente que, situando-me no número dos que não se encontravam contratados a termo pré-estabelecido, teria que avaliar se me cabia o direito de pôr em causa a estabilidade desses colegas. E, nestas circunstâncias, nem hesitava em contribuir para que o seu problema ficasse solucionado.
O que ocorreu, no entanto? Da referida assembleia de trabalhadores saiu que havia que discutir com firmeza a decisão superior da administração da Autoeuropa, pois não foi encarada de ânimo leve a proposta de não continuar a ser pago em dobro o trabalho aos sábados. Isso, quando rumores que chegavam, provavelmente com o apoio das altas esferas empresariais na Alemanha, eram de que havia que tomar todas as precauções para evitar que a empresa em Portugal acabasse por ter fechar as portas e, nesse caso, não seriam duzentos e tal a ir para rua, mas umas centenas largas, ou seja a totalidade dos que ali exercem funções.
Dizem as notícias que este diferendo recorre de posições contrárias tomadas pela UGT e a UGTP, esta última colocando-se numa postura radical, o que aliás é seu costume de não atender às conveniências directas daqueles que têm os seus empregos em risco, preferindo actuar levada por princípios políticos que, mesmo merecendo alguma consideração, nem sempre atendem a esse princípio básico de que mais vale ceder alguma coisa do que perder tudo.
Se empresas internacionais, que tanto benefício oferecem ao nosso País, não só pela ocupação de muita mão-de-obra nacional, mas também pelas divisas que as suas exportações ocasionam, não são acarinhadas dentro das possibilidades que lhe podem ser conferidas, ainda que obtenham favoritismos superiores aos que recebem as portuguesas, o risco que se corre e que tem vindo a ser observado já com transferências de sociedades que fazem as malas e partem para outros países, é que continue a verificar-se essa fuga.
Há que pensar bem nisto, por muito que nos revolte a necessidade da nossa cedência…
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