Por mais que eu deseje entrar num período em que tudo o que eu escreva seja no âmbito optimista, não tendo de abordar temas de desgraça e de perspectivas angustiantes para o futuro que se depara ao Mundo, o facto é que todos os dias chegam notícias que nos deixam alarmados, isto se levarmos em consideração as realidades divulgadas, as que nos podem atingir directamente ou mesmo as que só vão chegar ao espaço terrestre daqui a alguns anos, provavelmente em época em que nos não apanham já na luta do dia-a-dia. Daí a minha preocupação. Na verdade, todos nós sentiremos enorme prazer em manter a esperança de que este mundo que vamos deixar será recebido pelos vindouros com prazer e agradecimento por não ser herdado em péssimas condições de vivência e com encargos que têm de ser suportados, provenientes de dívidas contraídas pelos antecessores. Mas isto já é outra conversa que não vou agora abordar.
Porém, o que nos tem de deixar deveras consternados são noticias que surgiram nesta altura de que, lá para o ano 2080, existe a ameaça de Lisboa, isto no caso português, ficar em parte submersa, resultado do degelo provocado pelo aquecimento global que já teve início nesta altura, o que vai fazer com que o nível da água suba, nos próximos 70 anos, podendo, no nosso caso, tapar metade do Arco da Rua Augusta.
Perante estes tipo de panorama que diz respeito ao mundo num futuro, mesmo que não seja muito distante, o que poderão pensar os multimilionários de hoje, aqueles que acumularam fortunas e que vivem preocupados em as manter a todo o custo, principalmente aquelas riquezas astronómicas que foram obtidas por acções obscuras, por rasgos de sorte provocada, por atitudes que poderão ter sido já faladas muito embora as provas concretas não surjam porque o dinheiro tem sempre forma de fazer esconder as habilidades que provocam acumulações de activos de todas as espécies? Esta pergunta dá vontade de ser feita, muito embora as respostas dos vários sortudos não surjam nunca.
Digo isto agora, por ter tomado conhecimento pela leitura de uma notícia saída num periódico de que um autarca de Gondomar, vivo, acumula uma fortuna, descrita numa sua declaração de rendimentos, em que, para além dos ganhos anuais de 47 mil euros, obtêm outros 77 mil euros de rendas prediais, mas, acima de isso, declara ser dono de 223 propriedades espalhadas pelo País. Trata-se de um autarca da Câmara de Gondomar, por sinal o mesmo local onde outra vida também avantajada é conhecida, pertencente ao seu Presidente (embora este, também segundo notícia jornalística publicada,"só" seja proprietário de 9 casas e de 17 empresas). Só que isto ocorre num País paupérrimo, encontrando-se a sua população, na sua grande maioria a roçar a miséria, até com vários organismos municipais sem poder liquidar as suas dívidas e em que o aspecto geral da Nação é de fragilidade financeira inquietante, é exactamente isto o que foi matéria de uma notícia que, bem sabemos, não é original nem rara, pois que se sabe que, no meio da crise, há aqueles que se aproveitam das circunstâncias e enchem fartamente os bolsos.
No que diz respeito aos governantes de hoje, eles que façam um exame de consciência e que analisem se têm sido tomadas todas as medidas para terminar com este verdadeiro Far West do roubo. E vamos ver o que vai occorrer depois das eleições...
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