quinta-feira, 7 de maio de 2009

FACULDADE DE MEDICINA



Então, mesmo tendo-se chegado oficialmente agora, só agora, à conclusão de que faltam médicos em Portugal, e que, por exemplo, na área da obstetrícia, de que são precisos, urgentemente, 400, sobretudo para os hospitais que estão a ter de contratar estrangeiros para ocupar tal especialidade que está numa situação de ruptura, não sendo já um problema que não seja do domínio público, a pergunta que insisto em fazer, pois já nestes meus blogues ataquei tal defeito, é se o Governo que temos, que, tal como os seus antecessores, nada fez para tentar aliviar tal situação, não entende que é altura de alterar os mínimos exigidos de média escolar para que os alunos que sintam vocação para a medicina possam ser admitidos na Faculdade respectiva, em vez do que está a suceder nesta altura, em que se vêem obrigados a recorrer a instituições semelhantes estrangeiras, por exemplo aqui ao lado, em Espanha, onde é mais fácil e acessível enveredar por esse tipo de estudo?
E o mais caricato de tudo isto é que, na falta de médicos portugueses, o Estado apela para a vinda de técnicos da mesma área de origem espanhola! Não se trata de uma situação verdadeiramente ridícula?
Eu, por mim, não consigo compreender o que vai na cabeça dos diferentes Executivos que passaram pelo Poder e em que, tendo decorrido 35 anos sobre a data da mudança política nacional, ninguém foi capaz de contemplar este problema e, quer chefes do governo quer responsáveis pelo sector ministerial adequado, deram o passo essencial para ter sido posto fim a tal questão.
Estamos mesmo condenados a não conseguir tratar dos nossos assuntos, até aqueles que só dependem do mínimo de bom senso que é fundamental para tentar levar este País por diante? Só conseguimos prestar atenção aos grandes empreendimentos, especialmente aqueles que envolvem enormes investimentos e duvidosos resultados a curto e médio prazo, embora representem grandes responsabilidades económicas para os futuros cidadãos portugueses?
Pois, se assim for, eu, por mim, lastimo o futuro que nos espera. Faço o que posso, que é avisar, levantar as questões, pedir atenção. Mais do que isto não está nas minhas mãos. Se bem que, digo-o sem falsas modéstias, se fosse eu que mandasse… tinha resolvido este problema com a maior facilidade.
Mas não seria esta uma pergunta adequada a ter sido feita a Sócrates, na tal entrevista televisiva que não deixou explicação nenhuma que valesse a pena por parte do principal responsável pelo Executivo que temos?

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