quinta-feira, 2 de abril de 2009

REMÉDIOS



Claro que não deve ser fácil. Muitas barreiras se terão que transpor para ser conseguido, no campo dos produtos farmacêuticos, que igualemos, tanto quanto possível, os preços que se praticam lá fora, por exemplo em Espanha.
Esta redução agora anunciada de 3.900 medicamentos – e isto num ano de eleições – vem demonstrar que o Ministério da Saúde sempre pode fazer alguma coisa para contribuir no sentido de que a população de baixos recursos financeiros possa atender melhor a sua saúde. E, se isso foi decidido agora, quer dizer que já antes se teria podido dar tal passo.
Sim, eu sei que estarão alguns leitores deste blogue a dizer: "cá está o português, pobre e mal agradecido!” Mas, perante aquilo que se sabe, de que existe uma força poderosa dos laboratórios farmacêuticos, por um lado, e dos proprietários das farmácias, por outro, estes, sobretudo, tratando-se de um grupo restrito que, nalguns casos, dominam a posse de vários estabelecimentos do ramo, e força essa que tudo tem feito para não perder o controlo do negócio que, segundo se sabe, é bastante lucrativo, face a tal panorama não será sem uma tomada de posição forte do Governo que se conseguem alterar as circunstâncias em que se tem vivido, há muitos anos, no nosso País e no que se refere ao consumo de remédios.
Mas, já agora, que vem a talho de foice este tema de tão grande importância no meio da população, especialmente a mais desfavorecida, repito aqui uma observação que já foi objecto da minha intervenção noutros escritos: trata-se da desatenção de que o sector da saúde tem dado provas no que se refere à não possibilidade de adquirir os remédios apenas nas quantidades que são necessárias para efectuar um tratamento médico. Os medicamentos que sobram, com frequência, e que, mais tarde, vão parar ao lixo, esse desperdício custa dinheiro aos usuários e trata-se de um gasto excessivo por parte do Estado, pois que as contribuições que são atribuídas nas receitas médicas acabam por não servir na totalidade.
Então, não poderia o Executivo aproveitar este passo da baixa de custo dos medicamentos, para também avançar com aquilo que sucede há muito tempo nos países europeus, por exemplo na Grã Bretanha, onde já tive essa experiência há mais de vinte anos, e em que só é necessário adquirir os remédios que se vão tomar e não o que sobra de cada embalagem?
Esta notícia saída hoje, 1 de Abril, chegou a provocar-me a sensação de que se tratava de uma partida do Dia das Mentiras!...





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