
A mim custa-me muito tocar nesta matéria porque já estou mesmo a ver que a rapaziada nova do jornalismo me vem alcunhar de velho do Restelo, pois não tendo nem a mais pequena ideia do que era a profissão quando eu a comecei, há cinquenta anos, agora julga-se ser conhecedora de tudo e de funcionar nas mais plena das perfeições.
Nesta altura, e talvez bem, existem especialistas de tudo quer na Imprensa, quer na Rádio, quer nas televisões. Um escrevedor que é colocado numa Redacção ou sabe de desporto, ou de política, ou de internacional, ou de vida social e assim por diante. Antes, não era nada assim. O chefe mandava um jornalista, mesmo quando ainda era novato na profissão, escrever tantas linhas ou tantos linguados sobre uma determinada matéria, que podia ser apenas uma legenda para uma foto e o “desgraçado do sabia tudo” lá tinha que se desengomar e, recorrendo a enciclopédias ou a conselhos do parceiro do lado, devia apresentar o trabalho feito e de modo a ser aceite pelo chefão. Caso contrário voltava para trás e tinha que fazer tudo de novo!
Um jornalista era considerado um “especialista de generalidades” e era por isso que, de uma forma geral, merecia a consideração e o respeito no meio intelectual da época.
Os tempos mudaram. Hoje fazem-se cursos, ditos superiores, há licenciaturas de jornalismo, mas o que não existe é nenhuma escola que faça com que o talento, o amor pela escrita, a vontade de se sobressair na sua profissão consiga que apareçam jornalistas que podem ser considerados como verdadeiros profissionais da comunicação, isto é, que consigam transmitir aos leitores, ouvintes ou espectadores aquilo que se vê e se ouve, com total fidelidade e sem a intromissão de opiniões próprias de quem é autor dos textos ou das entrevistas.
Por que é que me deu para escrever esta espécie de tratado do que deve ser um jornalista? Pois, porque acabei de ler uma reportagem, saída no suplemento de sábado do “24 Horas”, em que é pretendido ser feito um trabalho jornalístico sobre o bairro de que tanto há a falar, que é o chamado Campo de Ourique, em Lisboa.
Pois é pena que a autora do texto não se tenha informado a fundo sobre aquela parte da capital que constitui, de facto, uma matéria digna de ser focada com a devida profundidade, pois que se trata de algo que, ainda restando de pé no conjunto tão característico lisboeta, tem muito para ser observado e contado em qualquer órgão de informação que esteja disposto a transmiti-lo aos seus, neste caso, leitores.
Não. Não me vou pôr aqui a fazer acrescentos e emendas ao que ficou expresso naquele trabalho. Se o Director e o chefe de Redacção do “24 Horas” consideram que aquilo basta para ser dito e mostrado fotograficamente no seu Jornal, não tenho o direito de fazer, neste blogue, um exercício de Imprensa. Mas, isso sim, como antigo jornalista, com mais de 50 anos de profissão em todos os lugares, desde o mais insignificante e até Director, posso e julgo que devo expressar a minha opinião. E pedir aos mais novos que não se convençam que sabem tudo. Lá por estarem já na época dos computadores, não é por aí que a ciência salta toda. Embora ajude muito e eu que o diga, que estou a escrever este texto com o auxílio de um que me dá muito jeito!...
Mas guardo ainda três máquinas de escrever portáteis, porque é bom não perder o contacto, nem que seja visual, com o que foi companhia inseparável na actividade que se desempenhou no passado. Será conservadorismo, pois será, mas faz sempre bem não perder contacto com o que ficou para trás.
Nesta altura, e talvez bem, existem especialistas de tudo quer na Imprensa, quer na Rádio, quer nas televisões. Um escrevedor que é colocado numa Redacção ou sabe de desporto, ou de política, ou de internacional, ou de vida social e assim por diante. Antes, não era nada assim. O chefe mandava um jornalista, mesmo quando ainda era novato na profissão, escrever tantas linhas ou tantos linguados sobre uma determinada matéria, que podia ser apenas uma legenda para uma foto e o “desgraçado do sabia tudo” lá tinha que se desengomar e, recorrendo a enciclopédias ou a conselhos do parceiro do lado, devia apresentar o trabalho feito e de modo a ser aceite pelo chefão. Caso contrário voltava para trás e tinha que fazer tudo de novo!
Um jornalista era considerado um “especialista de generalidades” e era por isso que, de uma forma geral, merecia a consideração e o respeito no meio intelectual da época.
Os tempos mudaram. Hoje fazem-se cursos, ditos superiores, há licenciaturas de jornalismo, mas o que não existe é nenhuma escola que faça com que o talento, o amor pela escrita, a vontade de se sobressair na sua profissão consiga que apareçam jornalistas que podem ser considerados como verdadeiros profissionais da comunicação, isto é, que consigam transmitir aos leitores, ouvintes ou espectadores aquilo que se vê e se ouve, com total fidelidade e sem a intromissão de opiniões próprias de quem é autor dos textos ou das entrevistas.
Por que é que me deu para escrever esta espécie de tratado do que deve ser um jornalista? Pois, porque acabei de ler uma reportagem, saída no suplemento de sábado do “24 Horas”, em que é pretendido ser feito um trabalho jornalístico sobre o bairro de que tanto há a falar, que é o chamado Campo de Ourique, em Lisboa.
Pois é pena que a autora do texto não se tenha informado a fundo sobre aquela parte da capital que constitui, de facto, uma matéria digna de ser focada com a devida profundidade, pois que se trata de algo que, ainda restando de pé no conjunto tão característico lisboeta, tem muito para ser observado e contado em qualquer órgão de informação que esteja disposto a transmiti-lo aos seus, neste caso, leitores.
Não. Não me vou pôr aqui a fazer acrescentos e emendas ao que ficou expresso naquele trabalho. Se o Director e o chefe de Redacção do “24 Horas” consideram que aquilo basta para ser dito e mostrado fotograficamente no seu Jornal, não tenho o direito de fazer, neste blogue, um exercício de Imprensa. Mas, isso sim, como antigo jornalista, com mais de 50 anos de profissão em todos os lugares, desde o mais insignificante e até Director, posso e julgo que devo expressar a minha opinião. E pedir aos mais novos que não se convençam que sabem tudo. Lá por estarem já na época dos computadores, não é por aí que a ciência salta toda. Embora ajude muito e eu que o diga, que estou a escrever este texto com o auxílio de um que me dá muito jeito!...
Mas guardo ainda três máquinas de escrever portáteis, porque é bom não perder o contacto, nem que seja visual, com o que foi companhia inseparável na actividade que se desempenhou no passado. Será conservadorismo, pois será, mas faz sempre bem não perder contacto com o que ficou para trás.
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