segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

RIR É O QUE NOS RESTA!



Neste nosso País parece que se faz de propósito para fazer surgir situações que complicam cada vez mais a vida dos cidadãos. Quase sempre que tomamos conhecimento de uma notícia, fruto de uma tomada de posição por parte daqueles senhores que se situam em lugares de comando, somos forçados a deparar com mais uma dificuldade que é criada para que seja levada por diante qualquer iniciativa, pois que, a par dessa medida que, em princípio, pretende emendar alguma coisa que funciona mal, nasce um novo empecilho que tem de desagradar a quem se movimenta por cá.
Já não bastava aquela determinação incompreensível de encerrar ao trânsito o Terreiro do Paço, aos domingos à tarde, e aí vem outra restrição que impede que, durante alguns meses – nunca se sabe quando acabam as obras iniciadas -, profundas remodelações na baixa de Lisboa entupam o movimento de autos em diversas ruas que confinam com a praça do Comércio, o que obriga os interessados em deslocar-se para qualquer dos lados daquela zona o terem de utilizar diferentes circuitos, alguns bem incómodos.
Para começar, a Câmara lisboeta ocupa-se dos esgotos, a fim de terminar com as descargas directas no Tejo. E até Março de 2010, com um investimento de vários milhões de euros, o desvio será feito para as bandas de Alcântara. O mesmo se irá passar quanto à substituição das condutas de água à capital e o torreão poente da mesma praça, que desde a sua construção já abateu 1,4 metros. Tudo necessário, não há dúvida, só que também tudo tarde e a más horas!
Em resumo: as dificuldades são o pão nosso de cada dia neste País onde, para fazer uma reparação, seja ela qual for, sem qualquer receio de causar incómodos aos transeuntes, a decisão que logo se toma é a de impedir isto ou aquilo, colocando polícias para desviar trânsitos e aplicando tapumes, de que gostam tanto os decisores que andam por aí e têm interferência nas alterações que se fazem.
E não são só os mandões colocados em secretárias de comando. Quaisquer senhores silvas, que têm à mão correntes para estender nos passeios, que põem e dispõem sem ter de consultar os seus chefes, sempre que se realiza uma obra, num prédio, numa calçada, até numa loja, resolvem colocar os seus taipais e, para poderem ter espaço para colocar as suas viaturas enquanto as resparações duram, ocupam grande parte das ruas junto aos passeios e ali tomam posse daquilo que não lhes pertence.
Não há regras e não existem fiscalizações que imponham ordem e método, o que constitui prova mais do que provada que Portugal anda ao Deus dará, não só hoje mas sempre, por que todos nós temos casos para apontar ao longo da nossa existência como portugueses.
Por exemplo, as indicações dos caminhos e estradas por esse País fora, surgem sempre após a entrada de tais desvios e nunca com a antecipação de espaço e tempo que se considera como uma prevenção útil. Existe agora na RTP um programa que pretende chamar a atenção para autênticas selvajarias que bem conhecemos e que, apesar das entidades oficiais existirem para cuidar dessas incongruências, só por se sentirem envergonhadas por tal exposição, é que lá vão remendando os erros.Mas o que é preciso é que se lhes chegue bem na cabeça. Não podemos andar toda a vida a rirmo-nos de nós próprios

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