quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

O SUPÉRFLUO E O IMPORTANTE



Já não bastava a confusão que paira no nosso País, especialmente com as greves e sobretudo com as que se relacionam com a Educação, para ter surgido agora o diferendo entre o Partido Socialista e o Presidente da República. Mais a mais tratando-se de um caso que mostra insensatez pela pouca importância (comparativamente com situações realmente graves que existem) do assunto, que não constitui, por um lado, a tão temida perda de poder por parte de Cavaco Silva e, por outro, a teimosia do Governo em querer que o PR oiça antecipadamente o Parlamento Regional e o Executivo antes de pretender dissolver o Parlamento açoriano.
Poderão existir razões de um lado e do outro, mas o bom senso mandaria que as duas partes evitassem fazer braços de ferro numa altura em que os portugueses andam tão preocupados com as dificuldades que surgem todos os dias e com as vergonhas que são dadas a conhecer constantemente sobre os casos mais recentes dos dois bancos que estão na berlinda.
De facto, ter vindo a público que o BPN e o BPP deram enormes lucros entre os anos de 2002 e 2007, tendo distribuído dividendos pelos seus accionistas no montante de 48,8 milhões de euros, quando surgem este ano a pedir ajuda do Estado, isto sim é matéria mais do que suficiente para absorver toda a atenção dos Poderes máximos portugueses, que não deviam perder tempo com quezílias sem importância fundamental para a Nação.
E já agora, vale a pena mencionar as remunerações dos órgãos sociais destes dois bancos. Isto para que se aprecie claramente como os grandes são protegidos na nossa Terra. Só no Banco Português dos Negócios, os quatro administradores executivos, incluindo o presidente, levaram para casa, em 2007, um salário de 1 milhão de euros. No Banco Português de Negócios, o mesmo pagamento cifrou-se em 2,8 milhões de euros no mesmo ano. E Oliveira e Costa, o presidente agora detido, recebia cerca de 500 mil contos por ano, a que acrescia uma pensão de 3 mil euros mensais, pagos pelo Banco de Portugal, onde trabalhou cerce de 30 anos.
Não é preciso acrescentar mais no meu blogue de hoje. Por aqui se pode ver como andam as coisas em Portugal, em que o importante pode esperar para ser resolvido e o supérfluo, esse é que dá dores de cabeça. Enfim, não temos mais remédio senão suportar isso que somos.

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