Isto de existir é algo que se devia aprender. Seria bom que fizesse parte de uma disciplina escolar. Que fosse ensinada por técnicos que tivessem dado provas de experiência de vida, com conhecimento do que são as alegrias e, em contrapartida, o que se sofre com as dores, as físicas e as morais.
Claro que isto é uma fantasia, pois, na prática, não é possível definir professores com tais atributos. Mas, em teoria, que seria de grande utilidade ensinar a miudagem, juntamente com as outras matérias, como o português, a matemática, a geografia e por diante, mesmo apenas em teoria serviria de muito aprender a saber viver.
As teorias são teorias. E o que ocorre realmente no dia-a-dia é coisa bem diferente. E as circunstâncias que surgem a cada passo, são tão diferentes umas das outras e em relação a cada ser humano, que seria necessário elaborar um dicionário de possíveis acontecimentos para abranger, nas aulas, todos os casos. Mas surpresas sempre ocorreriam.
Perante esta realidade, basta que concluamos que existir é aproveitar o facto de ter sido posto neste mundo e prosseguir a caminhada, sabendo que só há duas verdades absolutas: o nascimento e a morte. O que fica pelo meio está entregue às circunstâncias, e essas podem, isso sim, ser aproveitadas ou deixadas pelo caminho. Depende da vontade de cada um, do trabalho que se deseja acrescentar e da ajuda do espírito que existe dentro de nós e que, digam o que disserem, pode ser amigo ou inimigo.
Lutar contra as adversidades que as tais circunstâncias também proporcionam, pode contribuir para desviar, atrasar, alterar, por pouco que seja, aquilo que as agruras da vida fazem saltar debaixo dos pés. Mas trata-se de uma guerra, de certa forma, inglória, porque o Homem não é dono e senhor absoluta do percurso da sua existência. Não é genial se o seu espírito não estiver para aí virado. Mas pode alcançar um nível de valor apreciável, se se empenhar com todo o esforço que tiver disponível, para tentar sair da mediania.
Existir, com algum valor, não é tarefa fácil. Talvez consiga quem se esforça por contrariar o que a má sina tiver pré-determinado. Não se conseguirá em termos absolutos, mas sempre se pode pregar uma partida aos criadores das circunstâncias.
O essencial é que a esperança não falte.
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