sexta-feira, 5 de setembro de 2008

REMÉDIOS AVULSO



Já há muitos anos, mais de vinte, uma vez, em Londres, fui vítima de uma indisposição que me obrigou a pedir, no hotel onde me encontrava, que me facilitasse a visita no meu quarto de um médico. Assim aconteceu e, diagnosticado o problema intestinal, o clínico pediu, pelo telefone, para uma farmácia do seu conhecimento, o remédio que deveria tomar durante dois dias, a horas marcadas, um comprimido de cada vez. O serviço do hotel encarregou-se de mandar buscar a medicina receitada que, quando chegou me provocou a maior surpresa. Tratava-se de um frasquinho, com um rótulo colado e escrito â mão, tendo no interior 8 pastilhinhas. Eram as que eu precisava de tomar no horário que me foi recomendado.
Foi nessa altura que tomei conhecimento do sistema de as farmácias venderem, de acordo com a receita médica, apenas o número de comprimidos que eram considerados necessários para fazer face à doença diagnosticada. A unidose, como se chama o sistema, tem três vantagens: que não sobrem, como sucede a todos nós, caixas cheias dos restos dos remédios que sobraram da cura, economia de dispêndio por parte dos utentes e, nos casos em que os serviços sociais participam no custo das medicinas, também a poupança do dinheiro de todos nós que atinge grandes montantes na totalidade da população doente.
Ora bem, uma coisa tão clara como esta, que já foi falada por algumas figuras do Ministério da Saúde, que na Assembleia da República também mereceu referência, sobretudo por parte dos partidos que, na altura, se encontram na oposição e que, volta não volta, é tema que provoca comentários tal como este que considero essencial não deixar cair no esquecimento, apesar disso nunca arranca da posição de ponto morto e o próprio José Sócrates, que bem poderia substituir algumas das suas intervenções pelo anúncio de uma medida que não há razões para não ser tomada, dadas as vantagens para todos e que criaria uma boa imagem ao Governo. Mas como começam a estar à vista as próximas eleições, não me admiraria que despertassem dos sonos aqueles que têm obrigação de fazer boas obra, nem que seja por seguimento do que se pratica lá fora. Mesmo que os laboratórios barafustem muito e que as farmácias torçam o nariz!...

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