Isto de termos de presenciar as peixeiradas a que assistimos no Parlamento sempre que ocorrem exposições de pontos de vista que não coincidem, de um lado e de outro dos partidos políticos que ali estão representados e que têm que mostrar serviço, este castigo que é imposto ao povo que já lhe bastaria ter de suportar as desgraças das más actuações quer do próprio Governo quer dos que estão sempre ansiosos por ocupar os mesmo lugares de governação, bem poderia servir, pelo menos, para que as situações que necessitam de ser reparadas, vissem, de imediato, ser alterados esses erros, isso por parte dos que têm a faca e o queijo na mão, ou seja dos detentores do Poder, e do outro lado, os opositores fossem capazes também de emendar as suas anteriores acusações, regozijando-se com o que passou a estar dentro das boas normas.
Nada disso acontece e os homens, egoístas como são, só sabem é acusar os outros e custa-lhes muito reconhecer que se enganaram e que têm de pedir desculpa por os seus erros terem prejudicado terceiros. Esta posição verifica-se na esmagadora maioria dos seres humanos, pelo que, obviamente não escapam os políticos, sejam eles de que cor forem.
José Sócrates surgiu desta vez no Parlamento para anunciar que ia meter mão em dinheiros que, até agora, têm sido pertença de forças financeiras que, intocáveis como andaram anos atrás de anos, encheram os bolsos de uns tantos que não se podem queixar de crises, especialmente das que tocam directamente nos bolsos dos que fazem diariamente contas à vida. E não é preciso ser mais explícito.
Pois bem, os tais 20 milhões que constituem ganhos para a administração central têm de ser bem recebidos e trata-se de uma notícia de largo significado positivo, sobretudo na fase de triste pobreza em que nos encontramos. Mas não se pode ficar tranquilamente por aí. É preciso meter a mão até onde ela possa regenerar situações que estão erradas, que custam dinheiro e que dão mostras de ineficiência nas acções públicas. E nem tudo que se traduz em milhões recolhidos no erário público é sinónimo exclusivo de boa actuação dos que governam este País.
Desvio-me bastante do tema das fortunas que não se podem perder de vista, para apontar uma situação bem conhecida de todos os cidadãos que têm carta de condução e que necessitam de a revalidar logo que chega a idade imposta por lei. Pois, antes com a actuação da Direcção-Geral de Viação, agora chamada (sabe-se lá porquê), Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres, tardava meses a obter o novo documento. Agora, pelo menos 7 a 8 é o prazo que se tem de esperar para ver em casa o novo documento.
Não é importante este facto, perante as gravíssimas situações que temos de enfrentar nesta Terra de “complexes”? Claro que não. Mas esta nota só serve para mostrar como nós, portugueses, políticos ou não, gostamos de complicar e de transformar em caro o que poderia sair bem barato. Olhem, em Espanha, trocar a carta antiga pela nova não tarda mais do que 15 minutos!. Que raiva…
E falo só neste ridículo problema, porque não me apetece hoje referir os muitos milhões de euros que se perdem com os túneis, que nunca mais estão prontos, com as obras públicas que se perpetuam porque o sistema de fiscalização em Portugal vive a meias com os construtores, com as contas mal feitas pelos engenheiros, sabe-se lá se de propósito, com a actuação do sistema jurídico nacional que não perdoa gozar as suas prolongadas férias e que atrasa, atrasa, prolonga anos a fio para julgar os casos que se acumulam. E bem poderia referir neste espaço um sem fim de situações que hoje, sexta-feira, véspera de um fim de semana que se deseja de ripanço, é preferível pode deixar sem azedar a digestão dos que se encontram agora a descansar, depois de uma “luta”, que poderia ter sido divertida, que ocorreu ontem na Assembleia da República.
E, a propósito, será que a esmagadora maioria da população que, já à noite, com o noticiário televisivo, entendeu alguma coisa do que se passou naquele hemiciclo?
Não me façam rir… que a situação não é para risotas!...
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